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Perdido em Israel - Trecho 221

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  7 de agosto de 2024 Ontem recusei-me a publicar uma linha sequer. Se não houve nada em relação ao anunciado ataque iraniano, não houve nada mesmo. Só a rotina. Hoje preciso começar a entender o que está acontecendo. Vou começar pela pior das hipóteses: as forças iranianas economizam tempo para lançar um ataque devastador e preparam-se para um revide de alta intensidade. Começa a rediagramação do Oriente Médio e há a possibilidade de que tudo isso resulte numa nova ordem global. Hipótese intermediária: perante a pressão forte dos norte-americanos, que já mandaram navios de guerra para o Golfo Pérsico e, também, das bravatas (ou não) de Israel, que antes anunciou que uma único morte decorrente do ataque militar do Irã será vingada, imediatamente, com a destruição de todas as usinas nucleares do país dos aiatolás, o cenário teria mudado. O ataque seria pequeno, pouco letal, quase simbólico - o que, se não houver erros -, levaria Israel a uma resposta pouco relevante. A morte de Hani...

Perdido em Israel - Trecho 220

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  5 de agosto de 2024 Madrugada em Israel. Nada. Quero dizer: nada ainda. O Irã não desistiu, apenas deixou de aproveitar o triste feriado de Israel, ontem. Talvez alguma coisa tenha atrasado a operação. Descoordenação de mísseis, briga de aitolás. Vai saber. Todo mundo à espera do tamanho do prejuízo. Deve ser questão de horas, minutos. Não posso mais esperar, exceto pelo noticiário matutino. O caos pode não ocorrer. Mas – creio – às vezes vem assim mesmo. Lento, tenso, agoniante. A essa hora, eu mesmo decidi suspender minha vigília e conter meus mísseis. Sou um aitolá sem poder nem armada. Os outros, talvez, não o sejam. Próximo trecho 221

perdido em Israel - Trecho 219

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  4 de agosto de 2024 Ah: agora entendi porque tudo parece normal em Israel. A guerra já tem data. Começa amanhã, o que permite tomar sorvetes, ir à praia e comer falafels. É o que anunciam inúmeros informantes de diversas inteligências do mundo. Eu pergunto (e respondo que não, de minha parte) se você ira banhar-se no Mediterrâneo na véspera de uma tragédia anunciada? Guerras produzem sensações insensatas. E porque amanhã? Para os supersticiosos, a segunda-feira que se aproxima é um dia de luto e jejum em Israel. Trata-se do Tishá Beav, em lembrança da tomada, por inimigos, do Templo de Salomão, num antigo dia 9 de Av (mês do calendário judaico. Lembrança de uma grande derrota dos hebreus e de uma matança colossal (foto). Deve ser isso que fez os iranianos decidirem por iniciar seu ataque num dia azarado da história da Terra Santa. Vai que... Muitos ainda creem que o Irã, ameaçado também pelos norte-americanos, vai se acovardar e conduzir apenas um estrago simbólico – para poder c...

Perdido em Israel - Trecho 218

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  2 de agosto de 2024 Agosto é conhecido como o mês do desgosto ou do cachorro doido. Por algum motivo no passado, as mulheres de navegadores (sabe-se lá de onde) jamais marcavam seus casamentos para esse mês e a má fama ganhou fé pública. Está eternizada em nossa mitologia. O ataque do Irã a Israel, prestes a acontecer, já foi anunciado e pode levar a uma catástrofe de enormes proporções. E surpreendo-me, no noticiário dos maiores jornais do país com novas notícias de negociações em favor dos reféns. Mais atônito ainda, acompanho manchetes que celebram a medalha de prata conquistada pela judoca local Raz Hershko, derrotada por Beatriz Souza, a primeira medalhista de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos. Não me soa real. À espera do ataque, que pode vir a qualquer momento, é implausível que uma nação inteira pratique a pantomima da indiferença. Suponho que você, como eu, estaria, num momento desses, pronto e equipado para se abrigar no bunker mais próximo. As mães judias, famosas pel...

Perdido em Israel - Trecho 217

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  01 de agosto de 2024 Não tive de voltar a escrever ontem, porque, como já esperado, o dia foi de perplexidade, medo e ameaças. O aiatolá Khamenei já autorizou que suas forças ataquem Israel. Só faltou dizer o dia e a hora, porque crê que o elemento surpresa ainda possa fazer diferença. Mas – como é hora da verdade - as reservas já ficaram para trás. Sabe-se, agora, que Israel quis que Haniyeh morresse mesmo em Teerã, para exibir ao mundo de onde vêm as armas e recursos para tamanha bestialidade e para aguardar, sem medo (e com resposta adequada) a guerra que o Irã promete. O país sionista, aliás, informou que já havia plantado uma bomba no quarto onde o líder do Hamás dormiria - e há bastante tempo. Netanyahu admite que o país vai passar por um período de turbulências, pesadas até, mas está pronto para dar respostas exemplares, tanto para o Hezbolá, quanto para o Irã e o quase anencéfalo Hamás. As companhias aéreas internacionais já suspenderam seus voos para todas os aeroportos ...

Perdido em Israel - Trecho 216

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  31 de julho de 2024 A esta hora você já sabe. O líder político do Hamás, Ismail Haniyeh foi assassinado. Pior: em Teerã. Ela havia sido convidado para a posse do novo presidente sem poder do Irã, Masoud Pezeskhian e foi morto (sem confirmação) enquanto dormia. As trombetas do Irã, constrangidas e repletas de ódio anunciaram que a vingança será infernal. Pouco se sabe além disso. Israel não confirmou o ataque e também não o negou. Haniyeh planejava ser o novo presidente da autoridade palestina, vestindo o traje do Hamás. Era um negociador viajante. Entre todos, parecia ser sempre o mais moderado dos líderes locais - o que levanta a hipótese de que tenha sido morto por algum de seus pares mais radicais. Não creio. Em poucos instantes, a guerra mudou e pode alcançar um nível sem precedentes. É de se aguardar o que fará o Irã, talvez ainda hoje. A morte de Haniyeh devolveu o conflito às manchetes de todo o mundo. A hecatombe de origem turca que aventei ontem pode ser brutalmente ante...

Perdido em Israel - Trecho 215

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  30 de julho de 2024 Resposta imediata: as forças de defesa de Israel bombardearam prédios em Beirute para assassinar Fuad Shukr, o presumível autor da matança de crianças no campinho de futebol em Majdal Shams. Trata-se um antigo inimigo (dos mais cruéis) do Hezbolá, acusado de ter bombardeado 83 instalações norte-americanas no Líbano. Perdoem-me a franqueza: já vai tarde, se é que foi, porque não há confirmação de sua morte. Como sempre, a confirmação é um segredo de estado naquela região. Ninguém erra, ninguém acerta, ninguém admite. Mas há vapores ainda mais sinistros sendo emanados da bela, jovem e, ao mesmo tempo, tão medieval Turquia quanto o foi em sua longa história de dominações. Pela segunda vez, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan ameaçou Israel de um ataque sem precedentes, caso a Síria – que está em sua área de interesse – seja atacada pelos soldados do IDF. Tomara que seja apenas um bafejo, não uma hecatombe. A Turquia tem mais de 90 milhões de habitantes e é do...

Perdido em Israel - Trecho 214

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  29 de julho de 2024 E agora? O que está ocorrendo? Netanyahu voltou de seu tour norte-americano sem declarações – e, por enquanto, sem soluções noticiadas. Fica sempre a mesma impressão de que nada acontece, porque ninguém quer que nada aconteça – exceto pelos massacres cotidianos, que ceifam a vida de civis inocentes. Será essa a já tão mencionado estratégia de o primeiro ministro de Israel perpetuar-se no poder? É óbvio demais, e por isso mesmo deve ser levado em consideração. Agora é o Hamás, useiro e vezeiro em mudar, maliciosamente, acordos que já pareciam que acusa Israel de fazer exigências cada dia mais fortes, contradizendo-se nas tais reuniões sobre as quais eu ainda botava alguma fé. Bobinho, eu. Nenhuma das partes têm elevação moral para, pelo menos, desenvolver empatia pela outra. O Hamás seguirá lutando para jogar os israelenses no Mediterrâneo e Netanyahu vai acabar com todos eles (ou, ao menos, o que pareceria ser todos eles). Ambos vão cantar vitória no final, po...

Perdido em israel - Trecho 213

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  27 de julho de 2024 Para que serve uma noite de sábado? Lembro que, no passado, servia para para flertes e aproximações nos bares e festas de garagem. Ou para grandes eventos: casamentos, festas de debutante (que coisa mais demodê!), aniversários e outros encontros sociais quase sempre felizes e, muitas vezes, chatos. É evidente que estou me referindo à minha realidade; jovem de classe média não ia às gafieiras; talvez, de vez em quando, a um puteiro – isso antes da AIDS e da liberalidade sexual feminina. Eram noites promissoras e divertidas quando não davam xabú e/ou terminavam com jovens bolçando nas calçadas por excessos etílicos ou devido à péssima qualidade das bebidas. Hoje é sábado. Devido ao fuso horário, não há mais eventos, ao vivo, dos Jogos Olímpicos de Paris – que eu estaria, como fã de qualquer esporte, acompanhando com deleite. Resta-me a a imensidão da voz de Céline Dion cantando o Hino ao Amor de uma plataforma da Torre Eiffel, ao final de uma das mais criativas ...

Perdido em Israel - Trecho 212

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  25 de julho de 2024 Permito-me uma folga aleatória nesse relato sem fim. Um tempo para que os leitores que sentem tristeza com minhas palavras enxuguem seus olhos. Os fatos estão em andamento, agora nos Estados Unidos. Em andamento, não mais que isso. Netanyahu já conversou com Joe Biden, dirigiu-se ao congresso norte-americano e está, nesse momento, conversando com Kamala Harris, que anunciou ter novas ideias sobre o conflito – o que pode ser ruim ou bom do ponto de vista dele. Amanhã é dia da suntuosa refeição com o ex-presidente John Biden. Só depois de completado o circuito é que teremos (ou não) informações sobre o futuro do conflito. Acaba? Não acaba? Esquenta? Esfria? O timing da viagem de Netanyahu não poderia ser pior: no calor das próximas eleições, pouco do que disse repercutiu. Na verdade - para lembrar meus seguidores mais atentos – foi tão relevante quanto uma visita do presidente de Calmíquia (aceita-se Calmúquia). Chamou mais a atenção dos haters de plantão do que...

Perdido em Israel - Trecho 211

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  24 de julho de 2024 Um seguidor desse relato de guerra, enviou-me a seguinte mensagem: “Adoro seus tristes textos”. Agradeço do fundo do coração, mas confesso que, apesar do tema, nunca pensei em minhas palavras com tristeza. Tenho tentado, com pitadas de bom-humor, amenizar essa sensação. Mas o que podem várias tentativas de suavizar uma narrativa contra a crua realidade de uma guerra onde morrem, a cada dia, centenas de pessoas, dezenas de valores, a inteligência em geral, a boa-fé e a isenção? Acho que você tem razão, meu caro WJG – cujo nome não vou expor de propósito - : meu livro é triste. Acabo de ver o primeiro ministro de Israel discursando no Congresso americano. Para ilustrar o sofrimento e o heroismo de seu país, ele trouxe heróis mutilados e o pai de um refém morto. Pouco importa o que ele disse (apenas acho que se alongou demais), mas como é possível se regojizar com cenas desse tipo? Eles, os tristes e mutilados, foram aplaudidos pelos presentes. Eu só me senti mai...

Perdido em israel - Trecho 210

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  23 de julho de 2024 Já resolvi em que dia vou encerrar esse relato. Será no fatídico 7 de outubro, ocasião em que a guerra de Gaza vai completar um ano. A guerra não terá se encerrado até lá. O Hamás, talvez sim, mas Netanyahu, nesse caso, vai simplesmente mudar seu foco. Há tantos inimigos a enfentar, países e entidades francamente hostis à existência de Israel, que o primeiro ministro condenado e candidato a uma longa temporada no xilindró (se for defenestrado) vai usar de sua condição de líder inamovível como comandante de uma (ou diversas) guerras. Aliás, Netanyahu foi às compras nos outlets norte-americanos e encontra-se amanhã com o presidente Joe Biden. Na quinta conversa com Trump em sua colossal propriedade de Mar-a-Lago, na Flórida. Kamala Harris, que ainda nem é candidata, ficou de fora das fofocas de agora. Aliás, essa decisão de terminar meu livro em 7 de outubro tem forte relação com a troca de líderes nos Estados Unidos. Até a posse do novo presidente, é muito impr...

Perdido em Israel - Trecho 209

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21 de julho de 2024 Se bem os conheço, os israelenses estão envoltos em nova dúvida. Biden renunciou a continuar seu mandato, depois de uma série embaraçosa de gafes. Particularmente, eu vejo nele um homem melhor, menos agressivo e menos tirânico do que Donald Trump, mas muita gente discorda – e gente cheia de votos. Trump, como aliado visceral de Israel, já anunciou, por exemplo, que espera ver todos os reféns soltos antes de assumir seu novo mandato, ou sua primeira providência será atacar, sem discussão, os países hostis. Os isralenses, que compõem, hoje, (e há muito tempo) uma das nações mais conservadoras do mundo, devem torcer para a intempestividade de Trump. Exceto os que, com visão mais liberal, se importam com novas lideranças mais justas e moderadas assumindo o poder mundial. A opção, por enquanto, é a atual vice-presidente Kamala Harris que, além de brilhante oradora e debatedora, mas ligeiramente errática - tem sangue jamaicano e hindú – o que pode ser tão bom ou tão ruim ...

Perdido em Israel - Trecho 208

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19 de julho de 2024 Fiquei pensando sobre algumas noções que o dia de hoje nos passou. Enquanto um erro ou um ataque cibernético tirou bancos e companhias aéreas de suas operações, vi indicação específica do Doutor Dráusio Varela sobre as qualidades de um medicamento capaz de aliviar as dores neuropáticas. Por fim, também soube que um míssil iemenita do grupo terrorista houtí acertou um apartamento em Tel-Aviv, matando um homem comum. Reparem que a isso se chamam Invasões Bárbaras (refiro-me ao filme canadense de Denys Arcand, feito em 2003, sobre o comportamento de uma pessoa sob ataque de um câncer fatal, obra essencial em sua sensibilidade). Volto aos casos, todos distintos em essência. Na questão do erro cibernético, algum nerd há de decifrá-lo e consertá-lo. Mas já causou – e seguirá causando – problemas para milhões de pessoas que não tiveram acesso às suas contas bancárias, passageiros que perderam suas conexões e, em outro sentido, conexões que se desfizeram para sempre. Mencio...

Perdido em Israel - Trecho 207

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  18 de julho de 2024 Dois fatos que se repetem no norte de Israel. Dezenas de ataques à bomba diários provenientes do Hezbolá, com surpreendente baixo índice de letalidade e respostas precisas de Israel, que sempre dão cabo de líderes da facção inimiga. Hoje, por exemplo, a vítima foi Ali Jaafar Maatouk, cognominado Habib Maatouk – e tido, como sempre, como um chefe militar de alta patente. Haverá quem diga que são cirúrgicas as ações das Forças de Defesa de Israel e delas se orgulhem. Pois eu acho que o poder do Hezbolá é tão intrincado e tentacular, que esses ditos comandantes dão, em pencas, nas árvores frutíferas. Distribuem-se títulos e comandos a qualquer um – e o mais provável é que seja muito mais fácil matar um líder do que atingir um soldado raso. Entretanto, tudo isso é mera especulação desse escriba. Como também, o encontro marcado, para semana que vem, nos Estados Unidos, entre Netanyahu e o presidente Biden, a primeira discussão oficial, cara a cara entre supostos al...

Perdido em Israel - Trecho 206

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  São Paulo, 17 de julho de 2024 Para deixar registrado: uma nova delegação israelense partiu para o Cairo afim de acertar os pontos soltos do acordo com o Hamás. Não tenho a menor ideia sobre os itens estão na mesa. E os que sabem, têm sido competentes ao não deixar vazá-los. A atmosfera dos debates já não é a mesma de quando tudo começou. Israel manifestou, hoje, sua pública impaciência e quer resultados verdadeiros – claro que em busca de vantagens finais. Observadores (quem são eles?) afirmam que Netanyahu vem boicotando os esforços, porque, como já expliquei , a ele, o fim de guerra pode atingir, destronar e até provocar seu encarceramento. O primeiro ministro de Israel tem problemas sérios com a Justiça de longa data e, se eu estivesse na posição que ocupa, trataria de liberar 100% dos reféns e expulsar o Hamás, ainda que poupando a vida de alguns dos líderes do ataque, que já pensam, apenas, em resolver o destino de sua existência – antes de voltar a carga. Talvez fizesse al...

Perdido em Israel - Trecho 205

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15 e 16 de julho de 2024 Outra vez dois dias em uma mensagem. Pode ser, mesmo, que eu esteja dominado pelo ócio. O que me consola é que não paro de farejar o noticiário mundo afora e, agora, depois que Trump e sua orelha ocupam as manchetes da Europa e da América, concentro-me mais no que dizem os veículos do próprio Oriente Médio. Vocês sabem aquelas barrinhas, ora horizontais, ora verticais que, nos sites, despejam informações minuto a minuto? Aquelas que vêm precedidas de horários exatos e mostram quantos jornalistas estão apurando o que acontece solertemente? Pois bem: quem se concentra na leitura breve dessas mensagens, não pode se queixar de monotonia. É um novo ataque aqui, um novo túnel acolá, um político que analisa, uma frase dita por alguém em qualquer parte, mortos no sul do Líbano, barragens de bombas no norte de Israel, gente que morre – e quanta gente morre o tempo todo. Sem contar os palpites, os pontificados ou as palavras aleatórias. A guerra, como a tevê e o cinema t...

Perdido em Israel - Trecho 204

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  14 de julho de 2024 Dia de festa na França; dias de segurança extrema e medo colossal, com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris. Há 5, 7 milhões de muçulmanos vivendo no país. Se apenas um ou dois forem extremistas ao estilo do ISIS, do Hamás e do Hezbolá, há prenúncio de perigo para atletas, turistas e populares em geral. Não há cidade mais bela para uma tragédia que amplifique causas radicais. Os diversos órgãos de segurança do país gualês estão, é claro, atentos a tudo. Mas não há segurança absoluta contra franco-atiradores equipados com alta tecnologia bélica. Sou um apaixonado pelos Jogos, acompanho tudo o que posso, inclusive esportes dos quais mal conheço as regras. Encanta-me a conquista pessoal. Não me arrebatam, porém, as bandeiras e hinos, que conferem às disputas uma rivalidade nacionalista dispensável. Em tempos de polarização extremada, a situação é ainda pior. Israel estará presente e ficará hospedado, como todas as demais equipe, na Vila Olímpica parisiense....

Perdido em Israel - Trecho 203

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12 e 13 de julho de 2024 De hoje: as tropas israelenses mataram mais noventa membros do Hamás, inclusive (a confirmar) o jamais encontrável líder militar terrorista Muhammad Deif e um dirigente do grupo em Khan Younis. Na visão do lado oposto, Israel promoveu outro massacre sem sentido, vitimando inocentes e crianças. O fato é novo, mas os discursos são iguais aos de sempre. É claro que deve ter má influência no chamado “acordo” em andamento entre as partes, agora cada vez mais um de pacto entre fantasmas. Isso não muda nada. O Hamás ainda quer jogar os israelenses no mar e Israel ainda quer liquidar todos os que o atacaram tantos meses atrás. Você já deve ter ouvido falar que nada muda se seguir a mesma coisa. E, nesse sentido, está tudo exatamente igual ao dia em que tudo começou. Ninguém cede, ninguém se rende ou arrepende. Nunca. Portanto, estejam preparados. Seguiremos, lado a lado, saltitando pelas alamedas do horror. Como já disse, em alguns capítulos anteriores, vai piorar muit...

Perdido em Israel - Trecho 202

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11 de julho de 2024 Recebi mensagem de meu amigo Jaime, um chileno que vive nos lindos confins da Patagônia. Ele disse que o conflito de Gaza acabou. No lugar onde vive, pelo menos. Ninguém sequer menciona o assunto. Nem jornais, rádio ou televisão – esse conjunto de tecnologias de difícil acesso naquela região. O único que se ouve por lá são notícias sobre a triste caduquice do presidente Biden e manifestos contra a violência generalizada que vem assolando o Chile. Além, é claro da tábua das marés, do preço da carne de cordeiro e certos conselhos agronômicos. Fico imaginando que é bom acreditar na possibilidade de que a guerra (qualquer delas) seja apenas uma fantasia mental. Que, de fato, não cause vítimas nem produza inimigos. Que basta um comprimido da substância certa, na dose adequada, para que ela seja eliminada de nossos subconscientes. O raciocínio de Jaime é um conselho agradável, como todos os que ele apresenta. Difícil é explicar isso tudo a todos os perdedores do conflito ...