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Perdido em Israel - Trecho 145

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  O Hamás prometeu para amanhã a resposta sobre o que estão chamado “generosíssima proposta” de troca de 33 reféns por mais de mil encarcerados palestinos. A questão está se tornando uma crise política grave no gabinete do primeiro-ministro de Israel. Diverso ministros que, acreditem, são ainda mais à direita do que Netanyahu, anunciaram que vão entregar seus cargos se a “generosíssima troca” ocorrer. Crê, esse grupo, de que o possível acordo é um sinal de fraqueza de seu próprio país – no que concordam os judeus israelenses ultra ortodoxos. Essa gente quer mesmo uma impiedosa invasão à ratoeira de Rafah, para dar fim (momentâneo, é claro) ao confronto. Na minha visão, as alternativas postas na mesa são, ambas, exdrúxulas, mas sei que muitos de meus leitores haverão de discordar. Ainda agora há pouco, três horas depois dos primeiros parágrafos desse texto, uma pesquisa (dita séria) anunciou que mais de 50% dos israelenses querem que Netanyahu renuncie imediatamente. Já. O caudilho ...

Perdido em Israel - Trecho 144

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  28 e 29 de abril de 2024 Permitam-me juntar dois dias em um. Há momentos, nessa guerra, que não justificam qualquer postagem e foi o que aconteceu no domingo. Tanto em Israel quanto nos países vizinhos, domingo é dia de trabalho – e não de descanso. Suponho que a ausência de novidades fica por conta do dia-feriado nas grandes nações que manipulam esse confronto. Hoje, não: há destaques. Porta-vozes do Hamás alegam que projéteis de Israel mataram, ao menos, 22 pessoas em ataque nessa manhã na roteira de Rafah. Cogito, ironicamente, se a tática, agora, é matar vinte ou trinta por dia, até que todos estejam falecidos sem a necessidade de uma invasão genocida (com o perdão pelo uso da palavra, que, desde há seis meses, perdeu significado). Não sei até onde vai a idiotice humana, mas não duvido de mais nada. Mas o fato mais destacado de hoje é iminente possibilidade de um cessar-fogo para a troca de reféns e prisioneiros. Estados Unidos e Grã-Bretanha dizem para o mundo que se deve ap...

Perdido em Israel - Trecho 143

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  Algumas vezes, a ausência de novidades significa impasse; outras, a espera de negociações. Hoje não há nenhuma notícia de impacto no conflito. O Hamas divulgou a foto de mais dois reféns vivos, como que a anunciar que ainda tem balas na cartucheira, ou talvez, para relembrar que ainda é tempo para uma trégua. A tensão persiste e ouço de amigos há muitos anos instalados em Canaan que numerosos israelenses estão deixando o país. Não para fazer turismo: com o objetivo de instalar-se em países menos hostis e, eventualmente, mais propícios a uma reinauguração de suas vidas. Com o abominável crescimento do antissemitismo, há que escolher bem onde recomeçar. Uma respeitada jornalista e escritora canadense, célebre por seus artigos muito bem articulados, chamada Naomi Klein (e judia) disse hoje, em Londres, que é tempo de revisar o sionismo de forma geral. Segundo sua lógica, a necessidade de uma nação malquista entre seus vizinhos desde que surgiu, tornou-se um erro. Pior: que Israel to...

Perdido em Israel - Trecho 142

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  26 de abril de 2024 No calendário judaico estamos no Pessach, a festa que comemora a libertação dos judeus escravizados milhares de anos atrás, no Egito dos faraós. Não vou repetir o que aconteceu. Basta consultar o Velho Testamento da Bíblia para ler que, entre milagres e privações, esse povo, liderado por Moisés, conseguiu chegar à Canaan, a terra prometida (em tradução literal). Por coincidência, o assunto de hoje, na mídia internacional, são os diversos encontros que lideranças políticas e militares do Egito e Israel têm realizado. Só se sabe o que tem sido dito por vazamentos (reais ou mentirosos) e declarações oficiais nada abrangentes Supunham os otimistas que o diálogo entre os dois países eram operacionais, visto que Rafah, onde um milhão (ou mais) de palestinos estão entocados, é o anunciado próximo e último alvo das forças militares israelenses no território de Gaza. O Egito não quer o Hamás em suas terras, tampouco Israel. Entretanto teme que um ataque à Rafah, que te...

Perdido em Israel - Trecho 141

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  25 de abril de 2024 Por enquanto, um dia reservado às coisas que não vão acontecer. Um grupo de 18 países, comandado pelos Estados Unidos acaba de exigir a libertação imediata de todos os reféns em Gaza. É apenas pressão e registro. Sem qualquer consequência. Outra balela: os palestinos sugerem uma trégua de cinco anos, caso Israel se retire de seus territórios e aprove a criação de um estado palestino baseado nas fronteiras pré-guerra de 1967. Sem qualquer consequência. Israel não abre mão da Faixa de Gaza e, caso seguisse as exigências teria, por exemplo, de retirar-se de Jerusalém. São gestos políticos tão aquém da realidade que é de duvidar que qualquer pessoa perca tempo com eles. Manobras protelatórias. Ao menos, produzem notícias para os meios de comunicação, em meio à expectativa do que Israel há de fazer na ratoeira de Rafah, onde, segundo as contas nunca confiáveis de lado nenhum, está esprimida quase a metade da população desse setor da Palestina. Israel já decidiu que...

Perdido em Israel - Trecho 140

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  24 de abril de 2024 Pesquisadores de etimologia explicam que a palavra refém tem origem árabe. O original é rihan ou Rahn, que significa “penhor, prenda ou garantia”. Não resta a menor dúvida que o Hamás agiu com sabedoria ao levar para Gaza um número elevado de prendas, ou garantias para sua resistência. Sem os abduzidos, a ocupação teria sido, provavelmente, mais breve e menos delicada. É fato que não se sabe quantos e em que estado de saúde seguem os penhores de várias nacionalidades levados em 7 de outubro do ano passado. Para provar que há pelo menos um vivo, o Hamás registrou agora um vídeo do hoje esquálido Hersh Goldberg-Polin (parte israelense, parte norte-americano), levado durante o ataque à célebre festa rave que ocorria no dia em que se iniciou o interminável conflito. A meu ver, um único refém vale sua salvação – e espera-se que outros também possam sobreviver ao que vier. E o que virá? Anuncia-se para breve, um ou dois dias, o ataque à Rafah, a miserável ratoeira o...

Perdido em Israel - Trecho 139

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  Cada dia mais, envergonho-me das opiniões ideologizadas. Fulano não gosta dos Estados Unidos da América e, portanto, é pró- Palestina. Sicrano, seja de onde for, clama por um cessar-fogo tardio, de possibilidades inexistentes, desde que morram todos os palestinos e é, claro, pró-Israel. O que vejo (e talvez veja mal) é uma guerra sem ideologias. Quem aprova um país tirânico, dominado por um grupo de terroristas, onde homossexuais são jogados do últimos andar de um prédio qualquer, mulheres são seres inferiores e rastejantes, não é de esquerda. Quem aprova um déspota como Netanyahu, não é, tampouco de direita. O que vale nessa guerra é a ausência total de princípios e ética, multiplicada entre pessoas néscias – e quanto mais desprovidas de conhecimento, mais radicais. Para um lado e para o outro. Segundo os números recentemente rebaixados por autoridade de Gaza, 24 mil pessoas já teriam sucumbido nos 200 dias que hoje se completam desde o ataque devastador do Hamás à Israel. Uma t...

Perdido em Israel - Trecho 138

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Ontem foi um dia fraco de acontecimentos no Oriente Médio. Por “fraco”, entenda-se: apenas a rotina de sempre: mortos, feridos, gente triste e acabrunhada que vai acentuando seus sintomas com o passar do tempo. Acusações falsas ou verdadeiras das partes envolvidas. O escritor best-seller israelense, Yuval Harari, professor universitário, autor de Homo Sapiens, obra que lhe rendeu milhões de seguidores (além de outras), tem escrito ou dito em palestras que Israel já perdeu a guerra, porque não sabe o que quer, não tem planos claros enquanto o Hamás teve a perícia de reacender o antissemitismo em todo o planeta e ainda transformar-se de agressor em vítima. Violento crítico de Netanyahu, ele garantiu, em artigo publicado nos últimos dias, que o líder de Israel está prestes a torná-lo um país inviável – e que só a sua substituição por uma nova ordem mais sensata e moderada (urgente, em suas palavras) seria capaz de dar lógica e substâncias à novas ideias. Não se pode dizer que Harari é o s...

Perdido em Israel - Trecho 137

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Garantido, por enquanto: não vai faltar dinheiro para o que resta do conflito. A Casa Branca liberou um pacotão de ajuda financeira para ucranianos, israelenses e outros aliados que alcança 95 bilhões de dólares. Dezessete bilhões dos quais vão direto para os cofres de Netanyahu, que, por ser quem é, pode usá-los muito mal. Na curta história de Israel, existiram líderes mais sérios na gestão das finanças. A torcida mundial é para que o Bolsonaro de solidéu não use esta provisória abastança para voltar a atingir o Irã ou com o fim de articular-se para uma nova reeleição, que as pesquisas consideram improvável. Uma de minhas amigas israelenses – visceral oponente do atual primeiro-ministro – segue com medo. “Se jogarem esse cara do nono andar de um prédio, ele sai andando pela calçada”, ilustrou. Não sei (ninguém sabe) o montante de dinheiro que o Hamás recebe de seus financiadores. E julgo que tanto faz, porque o tal grupelho do ódio vai continuar provocando estragos pela eternidade, se...

Perdido em Israel - Trecho 136

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  19 de abril de 2024 Pronto: a brincadeira continua. Israel aproveitou a noite para lançar mísseis e drones no Irã. Projéteis esparsos, dizem, que visariam instalações nucleares na cidade de Isfahan e não provocaram (ao que se diz), qualquer tipo de estrago. Os iranianos riram do ataque, como os israelenses riram, há alguns dias, do ataque iraniano que também não deu em nada. Das duas, uma: ou nenhuma das duas nações sabe mais como atingir alvos reais, ou o tal ataque efêmero foi a resposta prometida por Israel e tudo termina por aí. Os aiatolás, agora, não prometem novos ataques. Israel pode celebrar que revidou, sem incomodar ninguém. É uma guerra de blefes que chega a soar cômica. Que assim seja, se de fato, for. Amanhã tudo poderá ser diferente, mas, por enquanto (a essa hora, oito no horário israelense) o assunto parece estar encerrado. Os olhos seguem postos em Rafah, na faixa de Gaza. E, não à toa, crescem as manifestações de familiares e amigos dos reféns, que já não sabe...

Perdio em Israel - Trecho 135

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  18 de abril de 2024 Hoje as notícias são decisivas. O governo norte-americano anunciou que Israel está liberado para atacar Rafah assim que quiser, desde que resolva não revidar os ataques de drones e mísseis ao Irã – o que levaria a uma guerra regional de grandes proporções. Israel cerca Rafah há um bom tempo, que, por sua vez, é o último refúgio palestino, nas cercas e muros que dividem Gaza do Egito. “Contem com nosso apoio irrestrito”, anuncia Biden. As forças israelenses estão prontas para a anunciada “grande tragédia de Rafah”, onde amontoam-se palestinos inocentes, terroristas do Hamás e, pior que tudo, gente que não tem uma saída qualquer, independentemente de que lado esteja. É evidente, como tem sido visto nesses quase duzentos dias de guerra, que crianças, idosos e inocentes serão os primeiros a cair, porque o grupelho radical vai utilizá-los como escudos. Não havendo qualquer esperança de uma solução negociada e nenhuma certeza quanto aos reféns (se vivos, mortos ou, ...

Perdido em israel - Trecho 134

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  O clima, vejam só, é o assunto que domina o Oriente Médio no noticiário de hoje. Uma tempestade colossal atingiu Dubai, provocou estragos e vítimas na cidade-miragem, que jamais esteve preparada para chuvas, tanto menos para enchentes. Para você ter uma ideia, os Emirados Árabes sequer existiam (como emirados) quando o Brasil ganhou a Copa do México em 1970. Então é fato inédito: pode acontecer, pode parecer informe do apocalipse que (dizem) se aproxima, pode ser o aquecimento global – ou apenas uma chuvarada incomum. A imprensa israelense, contudo, vê com preocupação os ataques mais frequentes, e com melhor pontaria, do Hezbolá, que é o Irã instalado no Líbano. E os ataques vindos de Gaza também revelam que o conflito está longe de uma solução. Também mais assíduos e perigosos, revelam que o Hamás, que é o Irã instalado num enclave dentro de Israel, também segue ameaçador. Há números sobre tudo isso que informo, mas se quase sempre é impossível acreditar nos fatos, nas cifras me...

Perdido em Israel - Trecho 133

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Hora de falar em cirurgia. Um politraumatizado chega a um pronto-socorro. Há muito o que fazer com ele. Médicos de diversas especialidades reúnem-para tratar de seus órgãos, os mais vitais primeiro, os de menor risco letal depois. Lendo o noticiário de hoje – em diversas partes do mundo, como faço todos os dias – observo que é uma delicada cirurgia tudo o que vem ocorrendo nesses dias no Oriente Médio. Sangra muito, em diversas partes, o paciente convulsiona, está entre a vida e a morte. O foco de cada um dos doutores está em partes distintas. O hepatologista vê o fígado, o neurocirurgião mexe na cabeça e observa os danos do sistema nervoso, o ortopedista só vai ser chamado no final: cortar e remendar ossos é o de menos. O doente está espalhado por todas as partes. Em Gaza, como sempre, no Líbano, onde, hoje, um ataque definido – vejam só – como cirúrgico tirou a vida de mais um comandante do Hezbolá, Ismail Yusef Baz, comandante de brigada na costa do Líbano, veterano em lutas, ataque...

Perdido em Israel - trecho 132

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  15 de abril de 2024 As pessoas devem saber muito mais do que eu. A palavra “escalada”, que tem o sentido de subir para alcançar o cume, é o tema do dia. Se, na minha visão inocente, o ataque iraniano atingiu seu propósito de não conseguir coisa alguma – exceto um realinhamento de certas forças regionais, como a Arábia Saudita e a Jordânia, agora mais duras e incisivas contra a terra dos aiatolás, o caso deveria estar encerrado e esquecido. Mas tudo o que se ouve é que, mesmo sem apoio norte-americano, Israel vai revidar com força desproporcional, provocando pânico nos mercados financeiros e calando os governos dos países mais ricos. De minha ignorância pergunto: revidar a quê, se aquelas luzinhas foram todas apagadas sobre o céu da terra santa, como se alguém soprasse velas de aniversário? Jornalistas sectários dizem que a crise com o Irã é só uma forma que os israelenses estão ustilizando para desviar a atenção do “genocídio” que seguem promovendo contra o Hamás. Outros, igualme...

Perdido em Israel- Trecho 131

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Veio o ataque. Ou não veio, a julgar pelos seus resultados ínfimos. Teve ares de jogo de cartas marcada. Uma pantomima. O Irã lançou algo em torno de 330 drones e mísseis sobre Israel. Desperdiçou todos eles. Ainda mais estranho: eles vieram anunciados e de tal forma lentos (jornalistas cobriam o seu caminho, como se estivessem narrando um desfile militar) que parecia tudo previsto e combinado entre as partes. O Irã e todo o resto do mundo conhecem o tal escudo de Israel que abate, infalível, qualquer tipo de ataque aéreo. Impossível que fizessem um ataque tão pífio e com tanta segurança em seu próprio fracasso. Pouco tempo depois, o regime dos aitolás anunciou que a missão estava cumprida e confirmou que saia de campo. Cantou vitória internamente e recolheu-se. O mundo sofreu um solavanco como se estivesse passando, além da velocidade, sobre uma lombada. Breaking News por toda a parte. E só: a montanha pariu um camundongo. Se premeditado do jeito que pareceu, foi, talvez um ato de int...

Perdido em Israel - Trecho 130

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A angústia da espera é, muitas vezes, menor do que a força do do que se aguarda. Entre ontem e hoje, apesar dos avisos, das certezas quase absolutas, dos clamores de ódio, o Irã ainda não atacou Israel. Persiste a tensão, espessa dúvida, quase tocável. Alguns acham que o ataque virá no Shabat, entre o entardecer de hoje e o de amanhã, porque datas de importância religiosa têm maior valor simbólico. Há o temor de que os antigos persas venham com força apocalíptica, que, de um jeito ou de outro, elevará a dimensão do conflito a um provável nível mundial. Mas boa parte da imprensa internacional já cultiva o prognóstico de que a vendeta iraniana seja tão delicada quanto os tapetes cuja beleza sobrenatural aquele povo domina com arte única há milênios. Uma retaliação a ser louvada pelos aiatolás e cantada por seu povo, sem quase nenhum efeito colateral. Isso já ocorreu há 24 anos, quando um comando norte-americano assassinou Qassem Soleimani, o incontestável líder (e herói) militar iraniano...

Perdido em Israel - Trecho 129

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Prometi e vou cumprir: a partir de hoje, você, que tem sido paciente comigo, vai acompanhar notícias e análises diárias, uma vez que, após seis meses de batalhas, as notícias rarearam: impuseram-se as versões, os boatos e as mentiras deslavadas de ambas as partes. Ou, por outra: a guerra em Gaza institucionalizou-se como as milícias do Rio de Janeiro. A expectativa, hoje, está muito distante de Rafah, ds reféns e de tudo que já devia ter acabado, se houvesse qualquer tipo de negociação bem intencionada. A questão, agora, é o Irã. A resposta, a revanche, a retaliação, prometidas desde 1 de abril, quando um bombardeio israelense matou um líder iraniano em instalações diplomáticas de Teerã na cidade de Damasco. Está jurada. A depender da intensidade e do caos subsequente, teme-se que – como tenho dito desde o início – o conflito ganhe proporções mundiais. Pode ocorrer a qualquer momento. Rumores, esses malditos, dizem que é fato iminente. Nos dez dias subsequentes ao ataque em Damasco, o ...

Perdido em israel - Trecho 128

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É, contudo, da natureza humana, tomar partido sem uma visão geral do tema. O que vale é o tiro dado hoje, não o de ontem. Vou ousar aplicar esse fato da natureza africana para mostrar a incoerência das coisas. Sim: Israel é dirigido por um ultradireitista, que, em quase tudo, destoa dos pioneiros que a reergueram a partir de 1948, com bases socialistas. Eu não gosto dele, porque sou de esquerda e prefiro a igualdade entre os seres humanos, um pensamento de origem teológica cristã, consolidado, aliás, por um judeu, filósofo e economista, nascido em Triers, na Prússia. Ainda ontem, aliás, vi, na televisão, uma reunião promovida pelo genocida Jair Bolsonaro (700 mil brasileiros mortos por seu descaso com a Covid), apoiado por milhares de pessoas usando bandeiras de Israel e do Brasil. Uma manifestante, trajada com o par de flâmulas foi inquerida porque estava usando o traje judaico. - Claro: Israel é um país cristão – declarou a evangélica, invertendo milhares de anos de História numa sac...

Perdido em Israel - trecho 127

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  Você é elefante ou girafa? Sou de esquerda, é preciso que eu confesse. Adoro a ideia de um mundo mais justo e equilibrado. Não sou, contudo, militante da causa – ainda mais quando percebo que meus companheiros não têm a menor ideia do que é ser ultraliberal ou ser ultrarromântico. Israel é pró direita. Opção de seu povo, que, quanto mais avança em seus princípios conservadores, mais ajuda a semear o antissemitismo, como um todo. Em todo caso, falar sobre direita e esquerda num mundo cada vez mais puritano (que inclui quem quer e exclui quem deseja, baseado em suas próprias ideossincrasias) me parece tão sem sentido quanto discutir o futuro dos elefantes. Os simpáticos paquidermes fazem parte – ainda bem! – do universo puritano. Antes brutalmente atacados por caçadores de marfim e de emoções assassinas, hoje eles têm leis, grupos e ONGs que os protegem. Ocorre que, sem predadores, os mamíferos proboscídeos elefantídeos, vão dominar o mundo. É pura matemática. Eles se reproduzem, e...

Perdido em Israel - Trecho 126

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  Lula e Aloysius (final) Um presidente, mesmo operário, mesmo bem-intencionado, não tem o direito de degradar qualquer porção de sua população. Ainda mais no Brasil, que se jacta de ser a comunidade de maior harmonia interna entre seus cidadãos das mais diversas etnias. E não pode dizer em público (repetidamente) que Israel matou 12 milhões de crianças em Gaza – já que a faixa têm 2 milhões de habitantes. Há um único fato que poderia perdoar as novas e virulentas atitudes de Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, que se manifesta pela deterioração cognitiva e alterações comportamentais. É um palavrão chamado Doença de Alzheimer, que, espero de verdade, precisa ser investigado pelo batalhão de médicos que cercam o presidente. Se atestado – desde que a teimosia de meu colega do bar do Zé Buça aceite essa avaliação – o psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer poderá salvar uma biografia em decomposição. Próximo - trecho 127