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Perdido em Israel - Trecho 120

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Sobel Os rabinos conservadores que conheci no passado iriam me recriminar pelo que tenho dito. Henry Sobel, o primeiro rabino progressista do Brasil, o espantoso orador que fazia silenciar as moscas, acharia graça. Sobel foi (independente de seus erros pessoais) o homem que tirou os judeus da sombra da ditadura, ao combatê-la sem medo. Celebrou a missa de Vladimir Herzog numa Catedral da Sé lotada e recusou-se a aceitar que Herzog, um bom jornalista, tivesse ceifado sua própria vida, dentro das instalações do DOI-CODI, onde estava preso e vinha sendo torturado. A vida é sagrada para os judeus e os suicidas são enterrados do lado de fora dos cemitérios judaicos. Apesar da pressão e da possibilidade de ter o mesmo destino do jornalista, Sobel presidiu a cerimônia que o enterrou bem no meio do Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo, redimindo-o perante Deus e a sociedade – que mais tarde, conheceria a história verdadeira depois de longas investigações. Ainda vou falar desse estranho...

Perdido em Israel - Trecho 119

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O dia de quem escapa com vida Fatos relativos ao dia de hoje: é o dia mundial dos Sobreviventes de Guerra. Creio que valha para qualquer pessoa que superou um conflito, mas foi criado para os raros judeus europeus remanescentes do morticínio de Hitler, industrial e planificado. Eu mesmo deveria comemorar, mas não vejo sentido nisso. Celebrar sobreviventes é, de certa forma, exaltar o genocídio. Sem Hitler, meus ancestrais teriam tido outra vida, mas não seriam o resto do restolho do rebotalho. Netanyahu, pela ocasião, fez um discurso com o livro Mein Kampf (Milha Luta) – a Bíblia nazista escrita por Hitler. Confesso que, nas fotos, irado, ele parece com o ditador alemão, ainda que sem o bigodinho. Se o Mossad tiver acesso a esse texto, ai de mim. Entretanto esse é um livro de análises e opiniões minhas. Os rabinos conservadores que conheci no passado iriam me recriminar pelo que disse. Henry Sobel, o primeiro rabino progressista do Brasil, o espantoso orador que fazia silenciar as mosc...

Perdido em Israel - Trecho 118

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  A invasão da Praça dos Três Poderes, a depredação das sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário foi, para ele um golpe muito mais forte do que o mega atentado que matou mais de 1200 pessoas indefesas num dia de outubro passado e levou centenas de cidadãos israelenses a um cativeiro ao qual, talvez, ainda resistam. Lula esquivou-se da chance de tornar-se um homem digno ao reagir contra o ataque do Hamás e, pouco mais tarde, aliar-se ao sofrimento do povo que iria receber uma forte retaliação, como qualquer seguidor de Tom e Jerry sabia há anos. No Brasil, como não houve mortos no dia do golpe, Lula preferiu processá-los, acossá-los e prendê-los como manda nossa legislação. Tudo indica que isso ainda vai mais longe, conforme as oitivas e investigações avançam. É um enrosco de vulto e parece vir sendo tratado como tal. Mas eis que Lula põe todo o resto em segundo plano e, como um rato que ruge, tenta ser protagonista de um conflito que – de forma correta ou inadequada – é m...

Perdido em Israel - Trecho 117

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O rato que ruge Nosso presidente, eleito por maioria, entretanto, tornou-se um provocador internacional. Passou dos limites, se é que ele tem ideia de ondem terminam seus limites. Com todas as letras, alcançando novos holofotes – os quais que ele vive perseguindo -, disse, sem hesitação, que os embates de Gaza são iguais ao cerco dos nazistas sobre a população judaica durante a 2ª Guerra Mundial. Procuro alguma lógica em seu raciocínio, sem contexto, sem proximidade e, sobretudo, sem necessidade. Como sou autor e analista, não tenho (por enquanto) que temer as palavras de Luís Inácio Lula da Silva ou a reação de seus seguidores fanáticos. É evidente que ele mesmo, em seu estado de demência já inocultável era (mas não está sendo) milhares de vezes mais justo e democrático do que a extrema direita que derrotou no Brasil. Entretanto, apenas nas tiranias, um líder de governo vira suas armas contra parte de seu próprio povo. Judeus, nesse caso. Mas também poderiam ser negros, homossexuais, ...

Perdido em Israel - Trecho 116

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Jacqui, que mora em Haifa, me assegurou que, se desejar percorrer os 427 quilômetros que a separam de Eilat, a única cidade do país às margens do Mar Vermelho (pela Yitzhak Rabin Highway), não haverá um único controle militar sequer. Só existem bloqueios nos limites de Gaza, por conta do enorme trânsito de tanques e soldados. O normal é isso mesmo. Anormal é que sigam morrendo as pessoas, sobretudo as inocentes. Anormal é que o governo sul-africano siga insistindo em juntar nações para acusar Israel de país-genocida, mesmo tendo sido sede de um dos maiores genocídios do século passado (brancos matando negros), que, graças a Nelson Mandela, acabou em pizza – e não em sangrenta vingança. Sim: há de se considerar que os negros sul-africanos resolveram seus problemas sem revanche a quem os oprimia. Israel não fez o mesmo. Depois do ataque de 7 de outubro, com suas 1400 vítimas inocentes e impremeditadas, resolveu retaliar e mostrar suas garras, revanche aguarda por todos. Mas há diferenças...

Perdido em Israel - Trecho 115

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A vida normal Notícias sempre horríveis, mas cada vez mais entediantes, dos conflitos de Israel. O Palestine Chronicle, que é órgão ligado à Fatah, na Cisjordânia, informa que as Forças de Defesa de Israel tiveram o seu dia mais duro no conflito e sofreram severas perdas. O Jerusalém Post, jornal tradicional de Israel, informa que Idan Amedi, um dos astros da série Fauda, foi gravemente ferido na frente de combate. O Hezbolá conta que atingiu, com mísseis, outra base do exército israelense no norte do país, mas Israel garante que “não foi nada” e ninguém sequer saiu ferido. A mim me surpreende (porque nunca participei de uma guerra real) que, com todo esse climão, a vida continue rolando em todos esses lugares. Em Israel, chora-se pelo sofrimento do ator de Fauda, que antes foi, também, um cantor popular. Na sub-Gaza, que é como resolvi chamar os andares subterrâneos do enclave, o Hamás continua produzindo bombas e, na falta de pólvora suficiente, usa fertilizantes como explosivos. As ...

Perdido em Israel - trecho 114

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Que tipo de política seria essa que hoje avança ? Algo de interesse das petrolíferas norte-americanas e de seu próprio governo? Uma tática sem considerações éticas e morais que faz de todas as nações do Oriente Médio (e outras mais um bando de hunos, de Átila, ou mongóis de Gengis Khan? Daqui, onde acaba de cair uma jaca, devidamente arrebatada por um Golden Retriever que agora a estraçalha sob a mesa de meu escritório, fico com a impressão de que essa guerra específica está retrocedendo o relógio do fugaz desenvolvimento humano em milênios. É claro que já o fizemos antes, mas no encerramento do primeiro quarto do século 21? Ontem conversei com outra velha amiga, minha querida Jaqui, que vive em Haifa e, como Iris, trabalha voluntariamente para ajudar crianças afetadas pelo conflito e fiquei com a sensação de que, na falta de poder para influenciar decisões, ambas se ocupam em “enxugar gelo”, para se sentirem vivas e ativas. Em comum, Jaqui e Iris estão sempre de olho voltado para a ár...

Perdido em israel - Trecho 113

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"Pode vir quente que eu estou fervendo" Início do quarto mês do conflito de Gaza. Algumas notícias, confirmadas na última hora, anunciam que mais um drone israelense dirigido ao Líbano matou Wassan al-Tawil, a maior autoridade do Hezbolá assassinada até agora. Impossível não supor que o governo Netanyahu está ultrapassando todos os limites no sentido de chamar a enorme milícia xiita patrocinada pelo Irã para uma grande invasão a partir das fronteiras do Líbano. Será, com certeza, outra guerra, talvez ainda mais letal do que a que vem ocorrendo desde 7/10. O que se passará na cabeça de nosso Bolsonaro de solidéu? É hora de manifestar força desproporcional? Será tempo de bravatas do tipo “pode vir quente que eu estou fervendo”. Faz frio nas montanhas do Líbano e no norte de Israel. Um frio sepulcral, que já esvaziou cidades e vilarejos de ambos os lados. Estará Netanyahu querendo impedir que um pobre país desgovernado (a cuja beleza geográfica não me canso de referir), seja tot...

Perdido em Israel - Trecho 112

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Três meses Em três meses vive-se uma estação do ano em três meses, também (com um chorinho) uma porca dá à luz a seus filhotes. No mesmo período, as empresas fecham um balancete para avaliar sua performance. Em três meses, tangarás do bico escarlate migram do pantanal brasileiro para o Central Park, em Nova York, quando o inverno se instala por aqui. Em apenas seis semanas, que é a metade de três meses, Hitler ocupou os Países Baixos e Paris. Em três meses podem ocorrer centenas de fenômenos astrológicos, eclipses totais e parciais, chuvas de meteoros, quedas de cometas e outros mais. Também nesse período, Mozart compunha uma sinfonia. O primeiro trimestre é o mais valioso período da gravidez humana. Em três meses pode se planejar e levar a cabo uma insurreição. São de apenas 90 dias, no Brasil, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor, as garantias de um carro usado. Em três meses, a vegetação muda, mudam os ventos, caem ou renascem as folhas das árvores. Em pouco mais de ...

Perdido em Israel - Trecho 111

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Dia de reis. trecho 115. Dia de reis Também foi por essas areias que, segundo a tradição, três reis, que também eram magos, e provinham do Oriente vieram visitar o recém-nascido Jesus de Nazaré, uma data celebrada, sobretudo, por cristãos ortodoxos de várias origens. Neste ano, nada de festividades locais. Israel segue fechado como uma tartaruga assustada. Pelo crescimento exponencial de notícias sobe o conflito, adivinho que (como sempre, no dia dos Reis) as festas de fim de ano foram encerradas e os jornalistas que passaram o período em família, estão de volta, como um batalhão de alto-falantes de carga renovada dando mais volume aos acontecimentos. A história dos reis magos é tão precisa quanto a tradição oral vinda de mais de dois mil anos atrás. Mas sabe-se que não eram Pelo crescimento exponencial de notícias sobe o conflito, adivinho q ue (como sempre, no dia dos Reis) as festas de fim de ano foram encerradas e os jornalistas que passaram o período em família, estão de volta, co...

Perdido em Israel - Trecho 110

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Paz. Hoje, apenas hoje, eu gostaria de falar de paz. Existem batalhas como sempre, ameaças e um clima de tristeza geral. Mas houve momentos de paz, poucos, curtos e incertos –o suficiente para que se construísse um país. Um país avançado, que produz alta tecnologia que é, ao mesmo tempo, um país entortado pela ventania da violência. Ele existe, é rejeitado, compõe-se de uma colcha de retalhos de etnias e visões diversas sobre o Criador e foi o primeiro a adotar o tal do monoteísmo. Mas vive do jeito possível, nação artificial e justa para abrigar os sobreviventes de milhares de anos de sujeição e perseguição. Não vou até lá há 54 anos, mas sei que tem de tudo, feéricas lojas de flores, shopping-centers com marcas mundiais e restaurantes excelentes, que, segundo minha amiga Iris, andam quase vazios – como os depósitos de esperança de seus habitantes. É mais oriental no sul do que no norte, que tem temperaturas mais amenas, colinas e lagos navegáveis. Suas cidades principais não devem na...

Perdido em Israel - Trecho 109

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Outros 144 tiveram ferimentos (sempre atento com a inexata aritmética das guerras...). Soleimani, que foi um líder incitador da máxima violência é um herói para os iranianos. O país inteiro explodiu em ódio com esse ataque inexplicável e, visto que ninguém assumiu a autoria do atentado, os olhos estão voltados ao alvo de sempre: as chamadas “forças sionistas”. O aitolá Khamenei já informou a seu povo que os responsáveis pela tragédia na próspera cidade de Kerman serão pegos e punidos “de forma dura”. É pouco provável que Israel tivesse qualquer interesse na tragédia de Kerman, porque tal ato equivaleria a cutucar um ninho de maribondos. De toda maneira, os fatos desta quarta-feira atingiram o Líbano, terra do Hezbolá e o Irã, que é seu principal financiador. Há multidões, nos dois países, devidamente motivadas e mobilizadas para – como teme minha amiga Iris – invadir Israel pelo Norte, levando o conflito à novas dimensões. Pode não ser o certo ou o indicado a fazer diante da instabilid...

Perdido em israel - Trecho 108

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A insônia de uma amiga. Hoje falei com uma velha amiga que escolheu morar em Israel em 1976, ali fez família, exército e a própria vida. Iris – é o seu nome - resumiu a situação do país (ela vive em Tel Aviv) com a frase: “Há três meses não consigo dormir, estamos todos atormentados”. Tivemos uma longa e esclarecedora conversa que, aos poucos, vou contar nessas páginas. Iris está muito mais preocupada com o que pode ocorrer no norte do país do que com a Faixa de Gaza. Esquerdista, vegana e libertária ela – e muitos outros israelenses – temem que da porção setentrional do país virá o grande e violento ataque deste conflito. Eu mesmo disse que isso poderia acontecer, mas dependia de um “polegar para cima” do aiatolá Khamenei, autorizando o fortíssimo Hezbolá a mergulhar Israel adentro e, com isso, entrando ele mesmo, o Irã, na guerra. Julguei – com o martelo dos tolos – que isso não iria acontecer, porque significaria um outro patamar geopolítico no conflito, até agora local. Sauditas, q...

Perdido em Israel - Trecho 107

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  A magia das imagens. Pode-se ver, em todas elas, a solidão e o medo dos israelenses, obrigados a entrar em quartos pequenos e escuros à caça de terroristas do Hamás e eventuais reféns. Em algumas cenas, o soldado é atingido e baixa as escadas estimulado por ponta-pés. Em outras, morrem combatentes do Hamás, suas mães e filhos, mas deles pouco se vê. Um alerta, honesto, informa que aquelas são imagens liberadas pelas tais forças de defesa. O que significa, para bom entendedor, que há muitas outras, agressivas e impublicáveis, que foram parar em algum armário top secret. E significa, também, que as ditas “imagens liberadas” não valem absolutamente nada. De minha parte prefiro guerras criadas com tecnologia de Hollywood ou dos estúdios da BBC na Inglaterra e, também, às dos Irmãos Pathé, na França. São trucadas, mas não desonestas. Próximo - Trecho 108

Perdido em Israel - Trecho 106

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  A magia das imagens. Não há imagem sem trucagem. Sempre existe alguém que distorça, censure ou valorize certas cenas. Na guerra de Gaza, não é diferente. Veem-se bombas, tiros no ar e fumaça por todos os lados. É impossível estabelecer se são israelenses ou palestinas. Sequer se pode avaliar a que data se referem. Você pode estar vendo tanto um míssil lançado em outubro passado quanto uma imagem de há três ou quatro dias atrás. Sou um sujeito fascinado com os múltiplos recursos da trucagem, nas telas grandes há um bom tempo são produzidas guerras que nem sequer aconteceram, trincheiras belgas escavadas em Wyoming ou na Argentina, decapitados que, após a gravação, usam chapéus e fumam cigarros. Trucagem é pouco: chamam-nas de edições, efeitos especiais e, é claro que todos os anos surgirão novidades a nos iludir e encantar. Dito isso, pergunto: vocês acreditam em imagens de guerra? Não terá o soldado com uma metralhadora sido inserido numa cena a qual não pertence. Não haverá maqu...

Perdido em Israel - Trecho 105

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Guerrear sai caro. Por outro lado, entre as inúmeras asneiras que são ouvidas por ministros (ou ditos chefes) de ambos os lados, outra notícia emerge. Com os cofres quase vazios, o governo israelense tem planos de diminuir radicalmente o número de soldados judeus em Gaza. Não há números claros e nem datas divulgadas. Mas é bom saber que cada soldado (mais ou menos graduado) representa uma despesa enorme para Israel. Vou exemplificar com situações práticas. Se um certo Shimon está em Gaza e ele é o diretor de informática de uma empresa lucrativa da nação judaica, a cada mês a empresa em que ele trabalha é ressarcida com o salário integral do militar que o país recrutou. É claro que isso acontece, também, com funcionários de salário menores. No frigir dos ovos, como o número de guerreiros recrutados por Israel alcança dezenas de milhares de forças importantes na máquina social israelense, o país, depauperado, tem enormes prejuízos com o reembolso obrigatório. Não acredite que o dinheiro ...

Perdido em Israel - Trecho 104

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Réveillon. Termina o ano cristão de 2023. Para muçulmanos e judeus, as datas são outras. 1444 entre os islâmicos (até o dia 18 de julho de 2024) e 5784, desde setembro passado, no calendário hebraico. Nenhuma notícia relevante na faixa de Gaza, . O ódio segue intacto. Só calendários, agendas, folhinhas e jornais simulam um recomeço, mudando seus cabeçalhos. Em alguns dias, os correspondentes de guerra retornarão a seus postos e a quantidade de notícias e análises voltará ao normal, exceto pela ausência de verdade que todas elas trarão – porque é isso o que acontece em todos os conflitos. Quanto a mim, só espero que as bombas de sempre poupem a vida de meus cachorros – pobres inocentes sem guerra e sem paz. Fatos relevantes no primeiro dia de 2024 Ufa! Meus cachorros sobreviveram. Houve menor explosão de fogos por aqui e, como os tais correspondentes de guerra não voltaram a seus postos em Gaza, não há menor chance de saber (pelas poucas fontes confiáveis) se também houve menos ruído em...

Perdido em Israel - Trecho 103

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Mandela e as hienas. Sou um fã declarado de Nelson Mandela e da própria e bela África do Sul. Todos sabem que aquele país viveu o mais longo e cruel apartheid (um regime de segregação racial iniciado em 1948 e encerrado em 1994) daquele continente. Mandela, que foi solto depois de décadas de encarceramento, assumiu o poder, mudou a legislação e era previsível que os negros, finalmente libertos depois de anos de humilhação e violência sem limites, fossem imediatamente para a desforra. Eles eram (e ainda são) 80.7% da população nacional, limitados, como cidadãos de segunda categoria. Com uma condução brilhante da mudança política criou um chamado plano de ações positivas que estimulava a igualdade e o reingresso da população negra na vida sul-africana e garantia aos brancos seguir vivendo no país. Estimulou a aparentemente impossível reconciliação e pacificou o país, utilizando-se de seu carisma especial para lidar com extremistas de ambos os lados. Foi uma das mais justas escolhas para ...

Perdido em Israel - Trecho 102

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Os lobos e o perigo. Dentes a mostra, os lobos do conflito seguem uivando. As alcateias (é o que se lê) são cada vez maiores na fronteira entre Israel e Líbano, um país lindo, arrasado e ocupado pelo Hezbolah em sua região mais ao sul. Já disse, em algum capítulo anterior, que é um grupo muito maior do que o Hamás e, também, muito mais diverso. Ele se encarrega de projetos sociais no Líbano, tem escolas e hospitais e comunidades bem-organizadas. É, também, xiita, financiado pelo Irã e pela Síria, entre outras fontes. Seu braço armado assusta muito mais do que o de outras milícias menores da região. E, ideologicamente, ele também não aceita a presença de Israel no Oriente Médio, como diversos outros. O Hezbolah também atua no exterior e promove ataques eventuais e muito violentos em lugares e situações e inesperadas. O mais conhecido deles foi o de Buenos Aires em 1994, contra a AMIA – Associação Mutual Israelita Argentina -, até hoje o maior atentado da história do país vizinho, que ma...

Perdido em Isarel - Trecho 101

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  A semana entre o Natal e o Ano Novo, costuma ser a mais preguiçosa do ano. As pessoas viajam (em quase todos os lugares) e, embora raramente consigam, tentam desligar-se de tudo. O presidente do Brasil está na praia, outros líderes devem estar realizando programas parecidos Até os que acompanham esse texto diminuíram de forma notável e eu mesmo deveria aproveitar o ensejo para uma pausa. Considero, porém, que vida de correspondente de guerra não tem trégua e pequenos buracos na narrativa podem comprometer a compreensão do conflito como um todo. Além do quê, sinto-me – já há algum tempo – presença familiar nos escombros de Gaza, vasculhando destroços, vagando entre tanques, olhares assustados ou cheios de ódio. É claro que minha presença é apenas uma fabulação, a mais honesta possível. Ora viro minhas baterias para um lado, ora para o outro e conservo a firme determinação de verificar fraudes e engodos, além de me reservar ao direito de avaliar, do alto de meus cinquenta anos como...