Perdido em Israel - Trecho 236
10 de semtembro de 2024
Desculpem-me pela ausência. Quando o arquivo completo do que estou escrevendo se evaporou na minha frente, voltei a sentir falta da máquina- de -escrever que usava há décadas atrás, com cópias registradas em carbono.
Só havia um jeito dos textos sumirem. Acho que, talvez, se houvessem assaltos à mão armada, um grupo paramilitar sequestrasse minhas laudas (sim, o resultado, em papel, chamava-se lauda). Mas é claro que isso nunca aconteceu, ainda mais porque eu escrevia sobre problemas da cidade e, de modo eventual, sobre casos criminais de repercussão.
Na data do recente sumiço, o céu estava limpo na cidade, de modo que não haviam nuvens para armazenar o butim. Fui obrigado a entregar meu pequeno e único computador a um simpático cidadão esperto em vasculhar entranhas de laptops em geral. Ele mesmo, porém, teve que recorrer a estranhos programas remotos, que, nem em mil anos, eu saberia onde encontrar. Em resumo: perdi cinco ou seis dias de trabalho nesse e noutros trabalhos que estou fazendo, assolado pelo remorso diante dos leitores que me seguem e, confesso, quase deprimido.
É claro que continuei lendo sobre os fatos que me tornam em perdido em Israel, mas nem sei se ainda tenho seguidores que se interessem por tudo isso.
O lado bom dessa história é que aprendi formas rudimentares de copiar e colar os arquivos, sem o terror de perdê-los, a todos, de uma só vez. Outra constatação formidável: a lacuna não deixou nada perdido. Simplesmente não há, entre as tragédias que se mimetizaram ao cotidiano do Oriente Médio, qualquer passo adiante ou de retorno. Está tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Só havia um jeito dos textos sumirem. Acho que, talvez, se houvessem assaltos à mão armada, um grupo paramilitar sequestrasse minhas laudas (sim, o resultado, em papel, chamava-se lauda). Mas é claro que isso nunca aconteceu, ainda mais porque eu escrevia sobre problemas da cidade e, de modo eventual, sobre casos criminais de repercussão.
Na data do recente sumiço, o céu estava limpo na cidade, de modo que não haviam nuvens para armazenar o butim. Fui obrigado a entregar meu pequeno e único computador a um simpático cidadão esperto em vasculhar entranhas de laptops em geral. Ele mesmo, porém, teve que recorrer a estranhos programas remotos, que, nem em mil anos, eu saberia onde encontrar. Em resumo: perdi cinco ou seis dias de trabalho nesse e noutros trabalhos que estou fazendo, assolado pelo remorso diante dos leitores que me seguem e, confesso, quase deprimido.
É claro que continuei lendo sobre os fatos que me tornam em perdido em Israel, mas nem sei se ainda tenho seguidores que se interessem por tudo isso.
O lado bom dessa história é que aprendi formas rudimentares de copiar e colar os arquivos, sem o terror de perdê-los, a todos, de uma só vez. Outra constatação formidável: a lacuna não deixou nada perdido. Simplesmente não há, entre as tragédias que se mimetizaram ao cotidiano do Oriente Médio, qualquer passo adiante ou de retorno. Está tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário.