Perdido em Israel - Trecho 247

 




30 de setembro de 2024

Falta, mesmo, muito pouco para que eu encerre esse livro-sem-fim. E, confesso que, apesar de ter anunciado o apocalipse há dois dias – um medo que conservo – tudo o que tenho lido desde a morte de Nazrallah são parlapatices e bravatas. O Hezbolá, dilacerado como mostrou estar, mandou avisar que está pronto para expulsar os israelenses em caso de invasão por terra. Será mesmo?
Pior: desenvolve-se um discurso – talvez manipulado por fontes israelenses – de que o Irã não é, de fato, uma potência militar a ser temida. O próprio Netanyahu anunciou que pode tomar a terra dos persas mais rápido que se pensa. Há fronteiras devassáveis e basta um pavio para acender a revolta da população contra a tirania cruel dos aiatolás. O regime é malvisto pela maioria dos iranianos, é anacrônico e defende causas xiitas que só são controladas com extermínio, prisões sem limite e a pior interpretação da sharia, que é o código de justiça do Corão.
Diversos países, inclusive muitos da região, adorariam ver o regime do Irã deposto e substituído por outro menos encrenqueiro, que pode voltar a negociar sua cultura milenar e suas infinitas atrações turísticas.
Seria esse o caminho mais rápido para terminar essa guerra e cortar o financiamento dos grupos próximos que controla? Talvez seja uma paz alcançável. Mas sempre um hiato até a próxima guerra, que sempre volta.


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