Perdido em Israel - Trecho 238

 



12 de setembro de 2024

Tenho usado nomes de gente, cidades e lugares ao meu bel-prazer. Gostaria de você respeitasse essa minha escolha, porque ninguém pratica o nosso alfabeto no Oriente Médio. Há milhares de anos todos os vocábulos que nos chegam de lá são transliterados, exceto por linguistas especializados. Assim, que diferença faz se Khan Yunes ora aparece assim, ora como Kan Iunis, além de outras variações.
Meu objetivo, desde o longínquo dia em que comecei essa correspondência, foi colocá-los dentro do mapa. Se você escolher os originais em árabe, farsi, hebraico, aramaico no seu buscador, suponho que a chance de reconhecer alguma coisa serão remotas. Procure logo a transliteração. Que não significa tradução e nem é tão simples.
Mas a vantagem de usar nomes sem ter de preocupar-se com sua origens etimológicas, é ter uma enorme certeza de que tudo o que você escrever aparecerá em outra parte de outra forma. Vejam o nome grupo terrorista Hezbolá: em alguns lugares, ele é usado com um duplo bê, noutros com outro “h”no final da palavra. Em Israel, o tal grupo é chamado, mais apropriadamente, de Hizb Allah, que quer dizer, literalmente, Partido de Deus.
Vejam a confusão: como disputam e brigam sem parar, essa gente sequer vê que usa os mesmos nomes. Daud é um nome comum no Oriente Médio e no Levante. Quer dizer Davi, como o antigo rei de Israel. Musa é sempre Moisés e há dezenas de exemplos de ambas as partes. Portanto se os números, manipulados, ainda significam nada, o mesmo pode se dizer das palavras.
Em outras palavras, nada significa o que é nessa guerra canhestra.




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