Perdido em Israel - Trecho 234




2 de setembro de 2022

Quando as palavras já não valem mais, seu conteúdo soa vazio. Bibi (permitam-me a intimidade) pediu desculpas às famílias cujos reféns, jovens, foram mortos, mas não mudou de atitude. Sua prioridade nunca foi o resgate dos reféns, mas, a meu ver, a vingança pelo que ocorreu em 7 de outubro do ano passado.
O líder local tem sido criticado mundo afora por não avançar em qualquer tipo de acordo, desfruta de baixíssima popularidade no próprio país e prometeu o que mais gosta de fazer: um ataque poderoso à Gaza para vingar os nunca escapados e os recém mortos.
Os números não são claros. Existem, em Gaza, sequestrados ainda vivos? Ou apenas corpos e mais corpos à espera de um sepultamento junto às famílias, quase todas enlutadas há muito tempo.
Os seis mortos de anteontem servirão apenas para aumentar o morticínio de famílias inocentes que vivem em Gaza? Há fortes cisões em Israel. A maior central sindical do país, que é quase trinta anos mais velha do o próprio país, quer enfraquecer a economia para que que a atitude mude. Netanyahu acusa-os de estarem prestando um desserviço ao país, que, argumenta, está em guerra.
Mas os empresários, reunidos em suas próprias entidades, também desejam uma revisão geral da conduta adotada. Sem contar as centenas de grupos de artistas e intelectuais que não querem ouvir desculpas.
Como disse no início da correspondência de hoje, palavras vazias não servem para nada.

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