Perdido em Israel - Trecho 233

 



1 de setembro de 2024


Um dia palestino em Israel. Após encontrar outros seis reféns mortos, todos eles jovens e sorridentes em suas fotos de perfil, o grupo crescente de inimigos de Netanyahu fez o que se faz em Gaza, Khan Yunis ou Rafah: decidiu avançar pelas ruas com seus corpos em caixões fechados sobre os ombros.
A imensa plateia chorou com os familiares, todos eles, apesar das evidências em contrário, ainda cheios de uma esperança inútil, que, em certos casos, é a primeira que morre. Os corpos vêm sendo encontrados, em avançado estado de decomposição, no tal corredor Filadefi, que fica em frente ao muro que separa Gaza do Egito.
Têm-se a trágica impressão de que todos os corpos tornaram-se corpos em 7 de outubro do ano passado. Quiçá fosse tudo programado, para evitar a dificuldade de abrigá-los e alojá-los. Ou apenas pura maldade.
Mas não é só isso. Os israelenses vão enfrentar outro problema grave: a Histadrut, que é a central sindical dos trabalhadores israelenses há 104 anos instou suas centenas de milhares de afiliados a promover uma greve geral, para enfraquecer ainda mais a economia do país (na ilustração, o símbolo da central).
Todos querem paz e o início de um novo tempo, com novos líderes.
Enfim, neste domingo, a terra santa está conflagrada. E a tendência é que os grupos de oposição à política belicista de Netanyahu frutifiquem ainda mais no mês em que começa o outono no Hemisfério Norte.
Vou me dar ao direito de um palpite ousado: sempre que crescem os problemas internos, o primeiro ministro israelense promove um ataque de largas proporções aos inimigos vizinhos, é retaliado (ou não), mas inverte o foco da crise. Gostaria de estar errado, mas vejamos para onde a bússola aponta.

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