Perdido em Israel - Trecho 231

 






28 de agosto de 2024

Veio para São Paulo, ontem, Jacqueline Ruperto, uma das minhas correspondentes em Israel. Tivemos um encontro emocionado em uma linda exposição de fotos de sua falecida mãe, a querida, saudosa e sempre enlouqucida Stefania Bril, ex-crítica de fotografia do Estadão, autora de diversos livros e amiga de longa data de meus pais, onde ambos tiveram casas de montanha em Campos do Jordão. Foi no Instituto Moreira Salles, em São Paulo, seguida de debates num auditório lotado. Fiquei muito impressionado com o prestígio de que Stefania ainda desfruta – a meu ver mais que merecido.
Não via Jacquie há três décadas. Ela foi efusiva, lembramos de outros tempos e conheci seu marido Marc, um simpático e, pareceu-me, raso entendor do que se passa no país onde vive. Sua atitude, pelo que depreendi, é a de um torcedor de Israel. Tentei mais conteúdo, mas o ouvi dizer que “aposta que vai dar tudo certo”. Não mais.
Já minha velha amiga envelheceu, como todos, mas segue aparentemente feliz com os destinos que sua vida tomou. Perdeu, porém, a alegria dos olhos, hoje entristecidos e, claramente perdios na busca por entender onde a guerra vai dar. Ela vive na cidade Haifa e disse-me, finalmente convencida, de que não há nenhuma chance de que Israel exista no futuro, pois será, de forma inevitável, engolido demograficamente pelo Islã.
Apesar da alegria pelo reencontro, fiquei triste por ela e por todos os judeus étnicos do mundo, condenados a ser a menor das minorias, daquelas que nem merecem o direito à inclusão hoje tão em voga – de forma, a meu ver, até exagerada.
Há poucos minutos ela me mandou uma mensagem do aeroporto, de onde parte agora rumo à Israel, via Madri. Não quer ficar mais nenhum momento longe dos filhos e amigos e está resignada quanto aos previsíveis próximos ataques de tantos inimigos.
Eu disse resignada, mas a verdade é que vive alerta, atenta e com medo. Não é, nem um pouco parecida com seu marido, o torcedor de arquibancada.
P.S- Na foto, Stefania Bril, em minha homenagem pessoal.

Comentários

  1. Que bonita homenagem a mamãe Ronny. Gostaria de fazer uma pequena observação pois não tenho a impressão que você me entendeu totalmente. Sem dúvida estamos vivendo uma Guerra de sobrevivência para o Estado de Israel e tenho certeza que com a forca do exercito e a proteção de Deus, vamos vencer mais este desafio. 🙏Somos um país rodeado por paises inimigos, que querem destruir e aniquilar Israel desda declaracao de sua Independência. Não só Israel como qualquer outro país de cultura Occidental, baseada no respeito dos direitos humanos independente das diferenças de crença, cor epresentada Disse que não acredito mais em tratados de Paz com líderes e grupos terroristas pois a única coisa a lei no Oriente Médio é a lei do mais forte.Um abraço e continue com esta plataforma incrível de registro do cotidiano que vivemos hoje

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