perdido em Israel - Trecho 230





26 de agosto de 2024


Com o noticiário incandescente das primeiras horas de ontem, pensei que a guerra no norte de Israel havia realmente estourado para valer. Lembrei-me, também de ter dito aqui que os iranianos usariam seus proxies para um mega ataque, de modo a permanecer na sombra.
Nasrallah anunciou vingança, lançou um número indeterminado de mísseis, drones e foguetes russos katyusha (que significam pequena Katia, em homenagem à impiedosa czarina Catarina, a grande) e o mundo irrompeu em manchetes anunciando guerra total.
Israel, informada sobre a ofensiva pelos seus serviços secretos, reagiu imediatamente, enviando cem jatos para – vejam só – apenas destruir os lançadores de mísseis do Hezbollah. E apanhando o resto no tal domo de aço.
Cheguei a rabiscar algumas linhas sobre o caos que se seguiria. Lembrei-me, porém, de meu avô berlinense que sempre me dizia para dormir “sobre um tema”, antes de tomar decisões precipitadas – e resolvi fazê-lo.
Eis que, como quase sempre, o velho Ludwig tinha razão. O que se afigurava um destino violento para a guerra entre Israel e Hezbollah – com consequências devastadoras para o Líbano - murchou logo a seguir, como um balão que perde a mecha.
Como quase tudo nesse imbroglio de quase um ano pareceu mais uma pantomima do que uma ação (talvez até combinada, ouso dizer) já que tanto Nazrallah quanto Netanyahu deram-se por satisfeitos, devolvendo calmaria à terrível fronteira.
Ambos garantiram que podem levar adiante novos planos, mas pareceram satisfeitos sobre o jeito como tudo parou.
É evidente que não sou analista militar ou político, mas, como observador distante, suponho que o ocorrido ontem tenha sido mais uma batalha ilusória cujo sentido talvez um dia compreendamos. Não agora.

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