Perdido em Israel - Trecho 218

 



2 de agosto de 2024


Agosto é conhecido como o mês do desgosto ou do cachorro doido. Por algum motivo no passado, as mulheres de navegadores (sabe-se lá de onde) jamais marcavam seus casamentos para esse mês e a má fama ganhou fé pública. Está eternizada em nossa mitologia.
O ataque do Irã a Israel, prestes a acontecer, já foi anunciado e pode levar a uma catástrofe de enormes proporções. E surpreendo-me, no noticiário dos maiores jornais do país com novas notícias de negociações em favor dos reféns. Mais atônito ainda, acompanho manchetes que celebram a medalha de prata conquistada pela judoca local Raz Hershko, derrotada por Beatriz Souza, a primeira medalhista de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos.
Não me soa real. À espera do ataque, que pode vir a qualquer momento, é implausível que uma nação inteira pratique a pantomima da indiferença. Suponho que você, como eu, estaria, num momento desses, pronto e equipado para se abrigar no bunker mais próximo. As mães judias, famosas pelo desvelo exagerado que têm em relação a seus filhos, já teriam providenciado refúgios seguros para seus descendentes.
Entretanto, a mídia local desconsidera o tema e o ambiente em seu país. Mal menciona as reações dos países vizinhos, que juram vingança pela morte de Ismail Haniye, carregam multidões para suas exéquias e juram mobilizar-se para essa nova guerra santa. A Turquia, aliás, teve até a petulância de baixar a meio pau a bandeira de seu país na embaixada que possui em Israel, em sinal de luto pelo assassinato de um pária terrorista, que sequer nasceu ou viveu em seu território.
A meu ver jamais a tensão jamais foi tão grande no Oriente Médio. Ou alguém anda nos ocultando fatos e profecias do que está por vir.


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