Perdido em Israel - Trecho 215
30 de julho de 2024
Resposta imediata: as forças de defesa de Israel bombardearam prédios em Beirute para assassinar Fuad Shukr, o presumível autor da matança de crianças no campinho de futebol em Majdal Shams. Trata-se um antigo inimigo (dos mais cruéis) do Hezbolá, acusado de ter bombardeado 83 instalações norte-americanas no Líbano.
Perdoem-me a franqueza: já vai tarde, se é que foi, porque não há confirmação de sua morte.
Como sempre, a confirmação é um segredo de estado naquela região. Ninguém erra, ninguém acerta, ninguém admite. Mas há vapores ainda mais sinistros sendo emanados da bela, jovem e, ao mesmo tempo, tão medieval Turquia quanto o foi em sua longa história de dominações. Pela segunda vez, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan ameaçou Israel de um ataque sem precedentes, caso a Síria – que está em sua área de interesse – seja atacada pelos soldados do IDF.
Tomara que seja apenas um bafejo, não uma hecatombe. A Turquia tem mais de 90 milhões de habitantes e é dona de uma atávica vocação para a guerra e a vitória.
Melhor mesmo pensar que seja apenas um feroz aviso. Com a Turquia, um dos lugares mais estratégicos e extenso - que vai da Europa ao Azerbaijão e ao Irã – envolvida, o planeta será rediagramado política e ideologicamente. A guerrinha de Gaza sequer ocupará um versículo na memória de nossos tempos.
A enormidade histórica desse momento pode estar a um passo ou será apenas uma bazófia, na mão de tiranos ciclotímicos e nunca razoáveis. Um homem que pontificou a frase: “Não existe um Islã moderado e outro radical. Islã é Islã. Apenas isso.”
Erdogan disse e assinou em baixo.
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