Perdido em Israel - Trecho 204
Dia de festa na França; dias de segurança extrema e medo colossal, com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris. Há 5, 7 milhões de muçulmanos vivendo no país. Se apenas um ou dois forem extremistas ao estilo do ISIS, do Hamás e do Hezbolá, há prenúncio de perigo para atletas, turistas e populares em geral.
Não há cidade mais bela para uma tragédia que amplifique causas radicais. Os diversos órgãos de segurança do país gualês estão, é claro, atentos a tudo. Mas não há segurança absoluta contra franco-atiradores equipados com alta tecnologia bélica.
Sou um apaixonado pelos Jogos, acompanho tudo o que posso, inclusive esportes dos quais mal conheço as regras. Encanta-me a conquista pessoal. Não me arrebatam, porém, as bandeiras e hinos, que conferem às disputas uma rivalidade nacionalista dispensável.
Em tempos de polarização extremada, a situação é ainda pior. Israel estará presente e ficará hospedado, como todas as demais equipe, na Vila Olímpica parisiense. Não tenho qualquer dúvida de que, a delegação israelense terá muito mais seguranças do que competidores. Você deve se lembrar que nos Jogos de Munique onze atletas de Israel perderam a vida por serem quem são e ocuparem a parte do mundo que ocupam.
Cinquenta e dois anos depois, tudo piorou. Multiplicaram-se os grupos terroristas e há uma guerra em andamento. E, como diz o ditado, é a ocasião que faz o ladrão.
Tudo isso para dizer que eu não iria à Paris, nem mesmo para ver o desabrochar de novos heróis esportivos. Medo? Não, cautela. Espero que vocês também encontrem lógica no que estou dizendo. E, apenas para constar, torço muito para que tudo funcione bem – o que é, de modo provável, a chance maior.
Lembro, contudo, que em setembro, Paris continuará sendo Paris – com o clima até mais agradável. E a guerra de Gaza, da Ucrânia, da Nigéria, do Sudão seguirão ocorrendo, sem o menor espírito esportivo.
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