Perdido em Israel - Trecho 201


9 e 10 de julho de 2024

Mais dois dias se passaram e nada aconteceu. A imprensa israelense foca no envio limitado de armas norte-americanas para seu país. Mortes seguem ocorrendo em todas as partes pela simples razão de que enquanto não há acordo, há guerra.
O falatório político prossegue, sempre chato e sem conclusões realistas. A convocação de soldados ultra-ortodoxos está valendo, mas os haredim seguem se recusando a fornecer seus leitores da Torá para as forças armadas. Fecham estradas, bloqueiam caminhos e proferem palavras de baixo calão que, por sua própria proximidade com Deus, deveriam ser evitadas.
Mas o que procuro (e não acho) é qualquer resultado prático das negociações que estavam em andamento no Catar e agora ocorrem no Egito (foto). Nenhuma linha sequer sobre o assunto.
Depreendo, desse cenário, que, após tanto tempo ao redor de uma mesa, alguns ajustes estejam em andamento. Se, a esse altura, não houvesse qualquer ponto de convergência entre as partes, alguma das partes teria se retirado, de forma intempestiva de mais uma rodada de negociações fracassada.
Sigo, talvez por ingenuidade, talvez apenas para torcer para que essa guerra de quase trezentos dias encontre um desfecho, acreditando na minha intuição já aqui ensejada. Haverá algum jeito.
Por enquanto segue tudo na surdina. Observadores já disseram que há muitos pontos em comum nas demandas das partes em conflito; outros têm sido mais reticentes.
Que observadores são esses?
Gente sem nome, cargo ou qualificação identificados, tende a ser ninguém – apenas alguns torcedores no meio da multidão de um estádio em dia de decisão.
A nós, que temos vivido o cotidiano dessa querela, resta apenas aguardar.


Próximo trecho 202
 

Comentários