Perdido em Israel - Trecho 200
É possível acreditar que estou ficando preguiçoso. De fato, às vezes junto dois dias em uma crônica única, mas, quando isso ocorre é porque os fatos relevantes minguaram.
Há muito diz-que-me diz nas esferas políticas, conversas cujas contradições repugnam e pouca ação – já mal considero mísseis e torpedos aleatórios como indicações de estratégias novas, apenas o cotidiano de qualquer guerra.
Mantém-se a expectativa de que o encontro de amanhã, em Doha, conduza a algum avanço na troca de prisioneiros e uma trégua rápida. Entretanto, denunciando novos ataques em Gaza, os representantes do Hamás passaram o dia anunciando que, se continuar assim, Israel será culpado pelo forfait que a delegação inimiga dará amanhã. Não duvido que isso ocorra e o presumível acordo não se realize – como de hábito.
Entristeço ao verificar que os métodos da guerra no Oriente Médio se espalham, como se viu hoje, na Ucrânia, quando um hospital, suas instalações e seus pacientes foram, de forma impiedosa, bombardeados por Putin. Pelo que sabe, ucranianos não dispõem de túneis subterrâneos e, tampouco usa instalações civis para ocultar terroristas – que sequer possuem.
É simples crueldade imitada em circunstâncias distintas. O mal inspira o mal e os maus repetem os maus – não importa que razões as guerras tenham (ou não).
De outro lado, Israel está convidando os judeus franceses para que se mudem para a pátria sionista. A razão? Os franceses rechaçaram a direita radical nas eleições. E, sendo o país reacionário que se tornou, Israel considera que os xenófobos da direita francesa seriam menos agressivos em relação aos judeus gauleses, quando a História recente revela que foi justamente o nazismo – o Himalaia da direita radical – que gerou o Holocausto.
Tenho vergonha de ver aonde chegaram os israelenses, com sua visão doutrinária e despótica. Aliás, tenho muita vergonha do que está se passando no nosso pequeno planeta azul.
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