perdido em Israel - Trecho 199
5 e 6 de julho de 2024
Ontem me dediquei à minha mãe. Meu luto, que não tem orações ou velas, exceto uma que acendo para vê-la, de novo, como um farol em nossas vidas. Cada um tem sua maneira de lidar com o que se chama uma saudade irreparável. Alguns choram o dia inteiro, choram por meses e anos e introjetam o luto em suas vidas doravante entrevadas.
Outros dão-se por satisfeitos com as exéquias e seguem aidante como se nada houvesse ocorrido. Meu jeito pessoal é diferente. Reservei o dia para brincar com ela sobre nossas pequenas piadas pessoais – e as repito. Volto a perguntá-la sobre o horror de seu holocausto pessoal e, obtenho em troca, o mesmo silêncio de sempre, que jamais contestei.
Minha mãe (que eu lembre) jamais esteve em Israel. E, viva fosse, não estaria em nada atormentada com os conflitos de Gaza: o que ela passou foi certamente muito pior, o que relativizava seus sentimentos.
Meu dia com ela foi magnífico, embora eu tenha cumprido todas as minhas obrigações seguindo seus conselhos de toda uma vida.
Segui acompanhando os acontecimentos no Oriente Médio. Ataques e mortes de ambos os lados já nem são notícia, ainda que, com certeza, provoquem luto entre gregos e troianos, cada um a seu modo.
O tema atual segue sendo a reunião de Doha, no Catar, onde espera-se encontrar alguma solução, ainda que mínima. As primeiras reuniões já foram feitas, mas será (se bem compreendi) a partir de terça-feira que as partes manifestarão suas intenções. Quem, de fato, estará aberto a concessões?
Confesso que não vejo qualquer gesto de altruísmo em andamento, uma trégua rápida e troca de prisioneiros são as únicas reais possibilidades.
Os jornais israelenses comemoram, ainda, a ascenção ao poder na Inglaterra do novo primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer. Por uma única razão: sua esposa, Lady Victoria Starmer (foto) é judia praticante e, com certeza, vai influenciá-lo em decisões futuras.
Ontem me dediquei à minha mãe. Meu luto, que não tem orações ou velas, exceto uma que acendo para vê-la, de novo, como um farol em nossas vidas. Cada um tem sua maneira de lidar com o que se chama uma saudade irreparável. Alguns choram o dia inteiro, choram por meses e anos e introjetam o luto em suas vidas doravante entrevadas.
Outros dão-se por satisfeitos com as exéquias e seguem aidante como se nada houvesse ocorrido. Meu jeito pessoal é diferente. Reservei o dia para brincar com ela sobre nossas pequenas piadas pessoais – e as repito. Volto a perguntá-la sobre o horror de seu holocausto pessoal e, obtenho em troca, o mesmo silêncio de sempre, que jamais contestei.
Minha mãe (que eu lembre) jamais esteve em Israel. E, viva fosse, não estaria em nada atormentada com os conflitos de Gaza: o que ela passou foi certamente muito pior, o que relativizava seus sentimentos.
Meu dia com ela foi magnífico, embora eu tenha cumprido todas as minhas obrigações seguindo seus conselhos de toda uma vida.
Segui acompanhando os acontecimentos no Oriente Médio. Ataques e mortes de ambos os lados já nem são notícia, ainda que, com certeza, provoquem luto entre gregos e troianos, cada um a seu modo.
O tema atual segue sendo a reunião de Doha, no Catar, onde espera-se encontrar alguma solução, ainda que mínima. As primeiras reuniões já foram feitas, mas será (se bem compreendi) a partir de terça-feira que as partes manifestarão suas intenções. Quem, de fato, estará aberto a concessões?
Confesso que não vejo qualquer gesto de altruísmo em andamento, uma trégua rápida e troca de prisioneiros são as únicas reais possibilidades.
Os jornais israelenses comemoram, ainda, a ascenção ao poder na Inglaterra do novo primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer. Por uma única razão: sua esposa, Lady Victoria Starmer (foto) é judia praticante e, com certeza, vai influenciá-lo em decisões futuras.
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