Perdido em Israel - Trecho 197
3 de julho de 2024
Sempre me entristeço nesta semana. Minha mãe, a mais que heróica Krysia, presa em cativeiros entre 1939 e 1945 – guetos, campos de concentração (poucos passaram tanto tempo nas mãos de nazistas, ainda menos com idade entre 8 e 14 anos de idade), faria seu 93º aniversário no próximo dia cinco. Aguentou o que pode de sua mente repleta de pesadelos e silêncios nunca desvendados. Foi-se aos 88 anos, para não ter que nunca mais falar sobre o assunto.
Sobre ela escrevi dois livros (um em português e outro em inglês) cujas vendas aumentaram nesse ano, dada a curiosidade das pessoas que se lembram do maior e único Holocausto, mas querem saber se de fato ocorreu e como algumas pessoas ousaram sobreviver, numa espécie de negação a tecnologia genocida mais bem concebida da História. Se você tiver interesse em conhecer a narrativa densa e triste de “O silêncio de Krysia”, basta buscar meus livros publicados na Amazon em ambos os idiomas.
Ela passou os últimos quatro ou cinco anos de sua vida num apartamento anexo a minha casa – e jamais vou esquecer, mesmo desprovido de fé, da benção que foi estar ao lado dela até o fim.
Krysia - ou Polskie, como a chamava com carinho de filho- nunca foi de festas. Considero (ela nunca me disse) que comemorar não era parte de suas prioridades. É evidente que ela celebrava as conquistas de seus dois filhos e certas pequenas alegrias como as de disputar torneios de tênis no clube que frequentava.
Encontrada plea Fundação Shoah, um museu de histórias de sobreviventes do Holocausto criado por Steven Spielberg, ela deu uma entrevista, curta e repleta dos velhos silêncios – ao tempo em que vivia na cidade de Campos do Jordão. Ao seu lado estava meu pai, o querido Sven. Inquirida sobre sua companhia de mais de cinquenta anos, sua resposta foi simples: “Esse é o homem que tornou minha vida suportável!”
Suportáveis são as vidas de quem passou por tudo aquilo - nada mais. Se vocês me perguntarem em que essa história se relaciona com a rotina dos eventos que narro, minha resposta será: ninguém aprendeu nada.
Sempre me entristeço nesta semana. Minha mãe, a mais que heróica Krysia, presa em cativeiros entre 1939 e 1945 – guetos, campos de concentração (poucos passaram tanto tempo nas mãos de nazistas, ainda menos com idade entre 8 e 14 anos de idade), faria seu 93º aniversário no próximo dia cinco. Aguentou o que pode de sua mente repleta de pesadelos e silêncios nunca desvendados. Foi-se aos 88 anos, para não ter que nunca mais falar sobre o assunto.
Sobre ela escrevi dois livros (um em português e outro em inglês) cujas vendas aumentaram nesse ano, dada a curiosidade das pessoas que se lembram do maior e único Holocausto, mas querem saber se de fato ocorreu e como algumas pessoas ousaram sobreviver, numa espécie de negação a tecnologia genocida mais bem concebida da História. Se você tiver interesse em conhecer a narrativa densa e triste de “O silêncio de Krysia”, basta buscar meus livros publicados na Amazon em ambos os idiomas.
Ela passou os últimos quatro ou cinco anos de sua vida num apartamento anexo a minha casa – e jamais vou esquecer, mesmo desprovido de fé, da benção que foi estar ao lado dela até o fim.
Krysia - ou Polskie, como a chamava com carinho de filho- nunca foi de festas. Considero (ela nunca me disse) que comemorar não era parte de suas prioridades. É evidente que ela celebrava as conquistas de seus dois filhos e certas pequenas alegrias como as de disputar torneios de tênis no clube que frequentava.
Encontrada plea Fundação Shoah, um museu de histórias de sobreviventes do Holocausto criado por Steven Spielberg, ela deu uma entrevista, curta e repleta dos velhos silêncios – ao tempo em que vivia na cidade de Campos do Jordão. Ao seu lado estava meu pai, o querido Sven. Inquirida sobre sua companhia de mais de cinquenta anos, sua resposta foi simples: “Esse é o homem que tornou minha vida suportável!”
Suportáveis são as vidas de quem passou por tudo aquilo - nada mais. Se vocês me perguntarem em que essa história se relaciona com a rotina dos eventos que narro, minha resposta será: ninguém aprendeu nada.
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