Perdidos em Israel - Trecho 178
10 de junho de 2024
Hoje foi dia de mais um acordo que não vai dar certo. Israel prometeu trégua total até que o Hamás devolva todos os reféns.
Depois, claro, de volta aos trabalhos.
A quantidade de papel que se gasta nessas bobagens intermináveis deve estar afetando o equilíbrio ecológico do planeta, mas espero que a celulose venha de plantações sustentáveis. A guerra, todas elas, desequilibra a economia como um todo. A indústria armamentista ganha fortunas. A petroleira sofre, mas sempre se recupera. Perde-se dinheiro a rodo nas bolsas de valores, porque guerra é sinônimo de instabilidade. Os fabricantes de uniformes e as tecelagens especializadas exultam.
Assim como quem produz tecnologia bélica ou aplicativos que servem aos generais e são adquiridos sem qualquer competição nesses chamados “momentos de segurança nacional”. Perde a indústria do turismo, perde a quitanda que tem poucos itens a vender, perdem os restaurantes mais caros, porque há menos gente disposta a sair de casa e idealistas que se recusam à prazeres do dia-a-dia enquanto há gente morrendo.
Um jogo de perde-e-ganha que, quanto mais dura, mais enriquece certos intermediários e mais empobrece outros. Essa guerra, muito menor do que o ataque da Rússia à Ucrânia, ganhou dimensões tentaculares.
Vende-se um monte de camisetas para os apoiadores de ambos os lados e os produtores de bandeiras e flâmulas regozijam-se com as manifestações mundo afora. Para espanto de ninguém, cresce a direita repulsiva e xenófoba em toda a Europa – como comprovaram, ontem, as eleições para o parlamento europeu.
A esquerda prepara-se para reagir, mas sempre baseada em razões ultrapassadas, que hoje só comovem velhos idealistas perdidos numa Guerra Fria que pertence ao século passado. Perdem-se causas e ideias nessa realidade estulta e rasa das redes sociais. Mas o que mais faz falta é a ausência ou deturpação de valores elementares, todos eles igualmente perdidos.
Amanhã, surgirão novas propostas de acordo e mais árvores serão derrubadas para produzir a papelama non-sense desse momento bizarro.
Hoje foi dia de mais um acordo que não vai dar certo. Israel prometeu trégua total até que o Hamás devolva todos os reféns.
Depois, claro, de volta aos trabalhos.
A quantidade de papel que se gasta nessas bobagens intermináveis deve estar afetando o equilíbrio ecológico do planeta, mas espero que a celulose venha de plantações sustentáveis. A guerra, todas elas, desequilibra a economia como um todo. A indústria armamentista ganha fortunas. A petroleira sofre, mas sempre se recupera. Perde-se dinheiro a rodo nas bolsas de valores, porque guerra é sinônimo de instabilidade. Os fabricantes de uniformes e as tecelagens especializadas exultam.
Assim como quem produz tecnologia bélica ou aplicativos que servem aos generais e são adquiridos sem qualquer competição nesses chamados “momentos de segurança nacional”. Perde a indústria do turismo, perde a quitanda que tem poucos itens a vender, perdem os restaurantes mais caros, porque há menos gente disposta a sair de casa e idealistas que se recusam à prazeres do dia-a-dia enquanto há gente morrendo.
Um jogo de perde-e-ganha que, quanto mais dura, mais enriquece certos intermediários e mais empobrece outros. Essa guerra, muito menor do que o ataque da Rússia à Ucrânia, ganhou dimensões tentaculares.
Vende-se um monte de camisetas para os apoiadores de ambos os lados e os produtores de bandeiras e flâmulas regozijam-se com as manifestações mundo afora. Para espanto de ninguém, cresce a direita repulsiva e xenófoba em toda a Europa – como comprovaram, ontem, as eleições para o parlamento europeu.
A esquerda prepara-se para reagir, mas sempre baseada em razões ultrapassadas, que hoje só comovem velhos idealistas perdidos numa Guerra Fria que pertence ao século passado. Perdem-se causas e ideias nessa realidade estulta e rasa das redes sociais. Mas o que mais faz falta é a ausência ou deturpação de valores elementares, todos eles igualmente perdidos.
Amanhã, surgirão novas propostas de acordo e mais árvores serão derrubadas para produzir a papelama non-sense desse momento bizarro.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário.