Perdido em Israel - Trecho 175

 


7 de junho de 2024

Suponho que todos vocês tenham aprendido ou ouvido falar sobre as “guerras púnicas”, três grandes conflitos entre romanos e cartagineses, à época pela disputa do controle do mar Mediterrâneo. Venceram, enfim, os romanos, que destruíram Cartágo, acabaram com seus habitantes e salgaram suas terras.
Esses conflitos ocorreram por volta do século 3 antes de Cristo e há um episódio inesquecível e inacreditável que a História registrou.
Aníbal, o líder de Cartágo fez o quase impossível. Enviou um exército e 37 elefantes para a Europa, tendo atravessado o Mediterrâneo e ultrapassado os Alpes (em sua parte litorânea) montado em seus paquidermes, com o objetivo de entrar na península itálica e destruir Roma, despreparada para combater animais tão colossais. A história é repleta de detalhes épicos, mas depois de muito esforço, os milhares de soldados acabaram dizimados.
Os elefantes, extenuados e magros, contudo, sobreviveram.
Contada hoje, essa batalha parece pertencer ao universo das lendas, mas causou milhares de baixas e durou um longo tempo. Entretanto, ocorreu de fato e levou à destruição da civilização cartaginesa, que hoje é um país árabe chamado Tunísia – local, aliás, de nascimento da belíssima atriz Claudia Cardinale.
Remeto a esses fatos apenas para diverti-los, já que em Gaza tudo segue do mesmo jeito.
Mas há paralelos: o objetivo do primeiro ministro de Israel é acabar com o Hamás, como Roma fez com Cartágo.
De mesma origem etimológica, a guerra púnica, por lá é guerra punitiva, para exterminar (o que nunca vai acontecer) os terroristas que invadiram, mataram, estupraram, espoliaram e sequestraram reféns há exatos seis meses. E digo, ainda mais: eu não me surpreenderia se, de um momento para o outro, o túneis do Rafah vomitassem dezenas de paquidermes armados até os dentes para retaliar os soldados israelenses.
Chego até a imaginar o escarcéu que se seguiria nas redes sociais.


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