Perdido em Israel - Trecho 173
4 de junho de 2024
Não sei como essas contas são feitas, porque os reféns em posse do Hamás não são encontrados e não pode haver qualquer tipo de recenseamento sem a presença deles. O fato é que, do nada, o governo de Israel informa que um terço deles estão, com certeza, mortos.
A notícia é verossímil, mas como toda a matemática de guerra, soa inexplicável. Amontoam-se, dos dois lados, mentiras que se tornam verdades, replicadas pela mídia universal. E como mudam os humores dessa mídia. Eu vinha usando, como boa fonte, o noticiário e as análises do jornal El País, da Espanha – a meu ver equânimes e neutras.
Eis que a Espanha se declarou a favor da criação de um estado palestino, Israel fustigou lembrando os horrores da Inquisição espanhola e tudo mudou. O El País de hoje é uma coleção de matérias pró-palestinas e anti-israelenses, com articulistas radicais ateando fogo à moda de Torquemada, o crudelíssimo inquisidor geral ao tempo dos reis católicos (na foto).
E assim vão, ao vento e às iras, o equilíbrio e a sensatez. Açoitar Netanyahu é justo e merecido. Ele é mesmo um tirano. Os dirigentes do Hamás são ainda mais agressivos e intransigentes, mas só quem raciocina sem tomar posição há de ser justo quanto aos pesos e medidas dessa guerra.
De tudo o que li hoje, o mais preocupante foi saber de um ataque atribuído à Israel, à uma unidade de “conselheiros” militares iranianos, instalada em Aleppo, na Síria. Morreu um membro da guarda islâmica do Irã (o primeiro dessa categoria), general Saeed Abyar.
Israel não se pronunciou a respeito, mas o Irã não é de levar desaforo para casa. Teme-se outra retaliação dos aiatolás, talvez mais contundente do que o ataque com 300 drones e mísseis ocorrido recentemente em território israelense. Não há outro nome para isso (mesmo que existam motivos secretos) do que o bom e velho “cutucar a onça com vara curta”.
Acusam Bibi de abrir novas frentes para prolongar o conflito e, é claro, manter-se no poder. Alguém duvida?
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