Perdido em Isarel - Trecho 177


9 de junho de 2024

Diversos leitores me chamaram de parcial e faccioso pelo que escrevi ontem, celebrando a liberação de quatro reféns que estavam em posse do Hamás.
Deixem-me fazer um esclarecimento. A guerra é a guerra e vivo debatendo as ações de Israel e de seus adversários naquele lugar. Os reféns são outra história e foi a eles que me referi. Se fossem reféns civis palestinos levados por Israel, eu teria a mesma atitude. Ou reféns de assaltos no Rio, em São Paulo, Daca ou Cartum.
Como disse ontem, abduzir inocentes à força é um crime cruel, pérfido e perpetrado por covardes. Se você discorda disso, está precisando de um médico - da especialidade que for.
“Ah, mas não precisava haver tanto morticínio”, dirão alguns. Não sei. Ademais, se os raptores decidiram não devolver os capturados e ocultá-los em meio a uma multidão de refugiados, o problema nunca seria de quem solta, mas de quem prende. Ou estou errado?
Houve festa em Israel onde, (como afirmei erradamente ontem) deu praia e não choveu. Uma celebração pelos reféns e nunca pelo ato isolado de Bibi Netanyahu. O premiê daquele país não foi reconhecido pela “façanha” e sua popularidade segue decaindo. Crescem as manifestações contra o líder autoritário, os pedidos para que renuncie e marque novas eleições. A nova frase exibida pela população é “Set a date now!”, que significa “marque uma data agora”.
O ministro sem pasta – mas repleto de poder, Benny Gantz, antes aliado de Netanyahu, decidiu renunciar ao cargo e saiu atirando pedras contra a posição errática do ex-colega. Disse, entre outras coisas, que as orientações militares da guerra de Gaza são um fiasco.
Como político, ele provavelmente aspira substituir Netanyahu, o que – a meu ver -, tira grande parte da sua credibilidade nesse momento. Dizem minhas fontes na terra santa que a maior parte dos eleitores torce por Yair Lapid, político mais liberal, líder da oposição e criador do partido Yesh Atid (Há um futuro!).
Volto a lhes dizer que a política interna israelense só me interessa para dar espaço, ideias e propostas novas a um país que tem errado além da conta. E que sigo abominando qualquer verme sequestrador.

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