Perdido em Israel - Trecho 167
Ontem não havia notícias impactantes – mas foi um erro ter ido dormir sem acompanhar a madrugada em Gaza, onde ocorreu uma matança violenta. Como eu lhes dizia (no capítulo passado), “nunca se sabe como esse sujeito (Netanyahu) vai agir, ainda mais quando acuado”.
Pois fez, fez mal e matou, ao que se sabe, 45 palestinos inocentes, justamente na área “segura” para onde ordenou que as famílias se mudassem por segurança.
Hoje, dada a repercussão mundial do ataque, Netanyahu veio a público para dizer que o incidente foi um erro trágico, que não tem a menor relação com o comportamento das forças de Israel. Mandou apurar responsabilidades e fez um mea-culpa.
Um cenário que deixa o mundo atônito, dá armas aos antissemitas e envergonha os judeus na diáspora – e creio que, também, os próprios israelenses.
Netanyahu tomou a única atitude que não podia tomar: errou, errou feio. Numa guerra, ainda que por razões justas, falhas humanitárias não podem ser toleradas em qualquer circunstância.
Se o premiê já estava acossado, imaginem agora!
Eu não me surpreenderia se, em seguida, Israel parasse de atacar, criando o cessar-fogo pelo qual todos clamam, inclusive seus aliados. Seria mais uma vitória entregue de bandeja para os terroristas do Hamás. No mínimo, uma trégua de luto (pelos inocentes assassinados) e reflexão.
Os reféns, se é que existe qualquer deles com vida nessa altura do campeonato, não foram trazidos de volta para casa.
Os líderes do Hamás seguem vivos e ativos e voltaram a lançar bombas em Tel Aviv. No noticiário paralelo, o desmiolado IDF afirma ter destruído um túnel de 800 metros de extensão, um dos muitos de Gaza. Que valor tem isso, quando inocentes são mortos sem qualquer sentido?
Força sem precisão não é força – e suponho que vocês concordem comigo. Ainda há muita confusão, os mortos podem ser muito mais numerosos e a liderança de Israel segue se liquefazendo. Vou acompanhar tudo o que vai rolar e volto a qualquer momento.
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