Perdido em Israel - Trecho 166





25 de maio de 2024

Israel está em momento de sublevação. A pressão maior vem das ruas, onde os familiares e amigos dos reféns reúnem multidões pedindo a renúncia de Netanyahu. Em seu próprio gabinete, o teimoso líder enfrenta oposição sem precedentes. O mundo inteiro vai cada vez menos com a cara do premiê israelense. Os norte-americanos dão sinais explícitos de que não concordam com suas políticas.
As mídias sociais, que defendem judeus e combatem antissemitas (um direito inequívoco) dão, muitas vezes, a impressão de que são financiadas pelo governo de Israel, porque nunca se contrapõem ao líder errático e perigoso que o país tem.
Não sei julgar se ele vai cair, porque é gato de sete vidas e trafega nas sombras – assim como seus inimigos do Hamás. Mas, após quase oito meses de batalhas, não há como negar que suas táticas foram mais que ineficientes.
Não fez o mínimo, que seria resgatar compatriotas sequestrados. Não destruiu o inimigo e suas lideranças permanecem vivas e ativas.
Em suma: mergulhou numa guerra que hoje é nefasta para todos: para os palestinos, para os norte-americanos e, mais que tudo, para os conceitos de ética e justiça que estão sumindo da face da terra, ainda que as pessoas honestas saibam que não foi ele quem iniciou o conflito – mas foi incapaz de prevê-lo, ou ignorou quem tentou informá-lo com antecedência.
A sublevação interna é seu maior risco. Mas nunca se sabe como esse sujeito há de agir, ainda mais acuado. É hoje, um não-líder. Não tem apoio ou admiração, exceto a de grupos ultra religiosos ou – acreditem -, de minorias mais tirânicas do que ele mesmo.
Espero que ninguém conclua, por esse desabafo, que considero a causa de Israel injusta – um país assaltado, injuriado e ferido pelo maior ataque terrorista (em números proporcionais) de todos os tempos. Resta sempre a esperança de que, no futuro, os israelenses cuidem com mais carinho e menos arrogância de seu único jardim.


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