Perdido em Israel - Trecho 164



23 de maio de 2024

Fico na dúvida sobre as razões que me impelem a seguir nessa correspondência de guerra. Não ganho nada com isso. Minhas pensatas ficam longe de agradar a comunidade judaica e mais longe, ainda, de interessar a grupos árabes.
Em outras palavras: não tenho nada a monetizar. Meu trabalho é apenas um registro desse conflito e talvez sirva para alguém no futuro – mesmo que seja um obscuro intelectual interessado em correspondentes de guerra que estão há 55 anos e dez mil quilômetros distantes dos fatos.
Já lhes falei sobre o passado, sobre minhas condições étnicas e religiosas. Cometi erros involuntários ou descuidados, como, há dois dias, quando disse que Netanyahu poderia ser preso ao sair do país. Na verdade, essa é a acusação de um promotor e ainda precisa ser analisada pela Corte de Haia.
Tenho evitado dar espaço às mentiras que assomam de lado a lado, sempre baseado na frase incontestável de Philip Knightley de que, em qualquer guerra, “a primeira vítima é, sempre, a verdade”.
Cada dia mais, fico chocado com a atitude de órgãos de conciliação como a ONU, o próprio tribunal na Holanda e outros semelhantes. Considero que seria um ganho para a Humanidade se eles encerrassem suas atividades para sempre. A maioria das organizações não governamentais (as ONGs) poderiam deixar de existir também, por suas atitudes dogmáticas, atreladas a patrocinadores duvidosos.
Gostaria que houvesse alguma instituição que prezasse pelos melhores valores humanos, mas concluo que, nesta quadra da História, não há valores humanos, muito menos os melhores.
Entretanto, prossigo e gostaria muito de que meus leitores jamais fizessem uma avaliação por conta de uma única crônica. O livro inteiro (que, impresso, já teria quase 400 páginas) está no blog livroaovivo.com e é possível acompanhá-lo desde a primeira linha. Haverá, no conteúdo, falhas factuais e ortográficas, mas, por enquanto, não estou interessado em revisá-lo. Um dia eu o farei, mas, para isso, é preciso concluí-lo – o que não tenho a menor ideia de quando ocorrerá.


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