Perdido em Israel - Trecho 161

 



20 de maio de 2024

Esse livro foi projetado para ser um relato longínquo da guerra de Gaza. Já se passaram mais de sete meses e não há um epílogo à vista.
Então hoje me permito criar um final feliz para tudo isso. Com a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, o governo israelense decide enviar sentidas condolências e manda uma quantidade extraordinária de flores para Teerã. O aiatolá Khamenei fica comovido e convida uma delegação do país inimigo para as exéquias de seu falecido presidente. O próprio presidente Netanyahu decide participar do evento e é, em seguida, recebido pelos líderes políticos locais.
A tensão esmorece e abre-se um canal para conversas, que termina em inesperado reestabelecimento de relações diplomáticas entre os dois povos milenares.
Há troca de informações, tecnologia e valores entre ambos. A relação prospera e o Irã decide deixar de apoiar o Hamás e o Hezbolah e outros grupos hostis à Israel. A Iran Air e a El Al criam voos entre os dois países.
Por solicitação de Teerã, o Hamás baixa as armas e rende-se. O Hezbolá esquece de Israel e foca em assumir o poder no Líbano – vejam só! - de modo democrático.
Em troca, Israel aprova a criação de um estado palestino, retira colonos que insistem em se instalar em terras na Cisjordânia e aceita abrir mão de terras para que a Palestina tenha acesso ao mar. Os raros reféns ainda vivos retornam às suas casas, não haverá mais guerra. O Irã aceita que a Arábia Saudita e Israel se relacionem política e economicamente e cai a tensão entre xiitas e sunitas. Netanyahu perde o poder e é substituído por um líder esclarecido e moderado.
O mundo celebra e volta a funcionar como em outros tempos.
Eis um final feliz e – por que não? -, plausível. Bom para tudo e para todos, que se livram de um abacaxi.
E, também, fácil: só depende de um carinho.


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