Perdido em Israel - Trecho 159
16 de maio de 2024
Cinco soldados israelenses mortos por “fogo amigo”. Discussões internas mais expostas no governo do país. Pressão internacional cresce contra o ataque israelense em Rafah. Drone atrevido do Hezbolá atinge instalações em Metula, no norte de Israel, provocando número desconhecido de fatalidades.
A distante África do Sul insiste em sancionar os “genocidas” de Netanyahu na Corte Internacional de Haia. Quatrocentos e cinquenta mil palestinos acampados na ratoeira do Rafah, fogem para outras áreas do território palestino, seguindo orientações das Forças de Defesa de Israel. Um menino judeu é brutalmente espancado em Nova York por sua condição étnica.
Eis um pequeno resumo do que aconteceu hoje na guerra contra o Hamás e no antissemistismo já institucionalizado. Notícias horríveis, mas triviais, porque não levam a caminho algum. Ontem nem me referi a elas, porque são um retrato do que acontece em todas as guerras, fatos deprimentes, sangrentos e que não vão parar até que alguém se declare vencedor. Não haverá perdedores porque o Hamás, por orientação de Alá e dos aiatolás, jamais vai mudar de posição, esteja onde estiver.
A frase do momento, pendurada em faixas nos postes e viadutos das grandes cidades de Israel é um curto “Vai passar!”, como o do samba de Chico Buarque de Holanda: “Ai que vida boa, olerê, ai que vida boa, olará, o estandarte do sanatório geral vai passar”.
Será promessa de breve vitória e retorno da normalidade? Ou um pedido de paciência (ainda maior) para o futuro, que não será, em hipótese alguma, parecido com o passado.
Imagino que, depois (depois de quê?), finalmente vá ser aprovado um estado palestino legal, oficial e mais que justo. Os diplomatas de ambas as partes, contudo, vão negociar – centímetro por centímetro – que parte lhes caberá nesse minifúndio (agora parafraseando o poeta João Cabral de Mello Neto em Morte e Vida Severina).
De fato, estamos assistindo ao Samba do Crioulo Doido (que os novos tempos devem ter renomeado como Samba do Afrobrasileiro Especial). Composto, aliás, em 1968, pelo humorista Stanislaw Ponte Preta, como parte de um quadro do show Pussy Pussy Cats.
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