Perdido em Israel - Trecho 157

 



13 e 14 de maio de 2024

Para haver notícias, é preciso que existam fatos e que eles sejam verificados. Sem acontecimentos relevantes, o espaço é fértil para fake news, rumores e propaganda descarada. Claro que sempre se registram acontecimentos, bomba aqui, bomba lá, palavras ao vento, ameaças e a bobagem dos tratados que nunca são ou serão cumpridos.
Considero, dentro dessa perspectiva, que o dia 13 (ontem) não valeu para nada. Cheguei a pensar em escrever que, sem nenhuma ocorrência, a guerra tendia a acabar como está, palestinos e terroristas acossados, as Forças de Defesa de Israel quase inativas.
Talvez não fosse uma perspectiva tão ruim assim. Gaza semidestruída, sem futuro e ocupada, ao tempo em que Israel, lentamente, sumiria do noticiário pérfido que transforma qualquer judeu do mundo em candidato a ser agredido, impedido de entrar em universidades etc.
Sem vento, as bandeiras colam-se aos mastros, como sem chuva – uma lágrima para os gaúchos – as águas baixam à espera tede uma futura tragédia.
Os discursos, contudo, não confirmam essa situação. Hoje, o presidente de Israel (figura decorativa, mas presidente) Isaac Herzog, afirmou simplesmente “que foram eles que começaram a guerra e não vamos descansar até terminá-la”.
Hoje, também, os ataques à Rafah parecem ter se intensificado, mas não dá para acreditar em nada do que é dito, porque os palestinos acusam, Israel não confirma e nenhuma informação é avalizada por fontes independentes.
Assisti, ontem à noite, a um Kadish (a cerimônia dos enlutados) promovido em Israel numa praça com os retratos dos reféns, aceitando, implicitamente, que todos eles estão mortos. O conformismo lembra que, dia após dia, Israel falha miseravelmente nesse objetivo, a meu ver o mais importante desde 7 de outubro passado. Você lembra de algum refém retornado nos últimos meses? Pois eu, que me empenho em acompanhar o conflito, não.



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