Perdido em Israel - Trecho 155
143 a nove. Esse foi o placar na Assembleia Geral da ONU, que propôs um “upgrade” diplomático para a Palestina naquela organização, um passo adiante para oficializar a existência de um estado palestino de verdade. Em minha opinião, é claro que os palestinos têm o direito de ser uma nação como qualquer outra. Eu também votaria a favor da tal moção, com um senão: a absoluta necessidade de controlar grupos radicais que assassinam, sequestram e tudo o mais. Há de se dar um jeito nisso, se o espírito do Hamás não tiver ocupado, pela força e pelo terror, os palestinos mais cultos e moderados.
Mas não é esse o tema de minha análise diária. A ONU, como solucionadora de questões que envolvem outros países e povos, não tem mais valor algum. Ainda mais se a plêiade desse grupo desigual continuar tendo direito ao veto, não importa quantos votos uma moção tenha.
E segue não sendo esse o tema para o qual quero chamar a atenção. O que é impressionante é o que anda acontecendo com a cabeça dos povos. Se, como se supõe, o voto de cada país faz jus à opinião pública nacional, parece evidente que, em pelo menos 143 países, a causa do Hamás (jogar Israel no mar) têm a empatia de bilhões de pessoas. Ou será que estou errado?
Em 143 territórios de diferentes continentes, a vida não será fácil para os judeus. Só em nove deles, a maioria na Micronésia (Israel, Estados Unidos e Argentina completam a lista), os judeus parecem ainda merecer respeito. Porque os fatos mostram que – à exceção de uma minoria ilustrada -, israelenses e judeus são exatamente a mesma coisa.
Não acho que essa falácia é apenas resultado de imbecilidade, mas do tempo em si. O mundo que se sensibilizou com o Holocausto, não existe mais. Três gerações se foram e a memória do Segunda Guerra causa a mesma sensibilidade, nos dias de hoje, que as lembranças da Guerra dos Cem Anos, que começou em 1337 e acabou em 1453. Ambas ocorreram, ambas foram varridas pela crueldade da passagem do tempo.
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