Perdido em Israel - Trecho 153
Israel desiste de Gaza, terá uma derrota fragorosa, mas alcançará um resultado ético elogiável. Ou Israel usa força e destrói o Hamás ao custo de vidas inocentes na cidade de Rafah. Nas duas hipóteses, sempre haverá uma segunda vez para guerrear. O Hamás (espalhado por todo o Oriente Médio) não vai desistir de jogar os israelenses no mar. E Israel vai continuar a rechaçá-los, usando o que se convencionou chamar de violência desproporcional, ou mesmo genocídio, na linguagem vulgar e imoral dos radicais antissem itas.
Tenho me tornado repetitivo (e perdoem-me por isso) nesse tipo de análise, porque simplesmente nada acontece no lenga-lenga desse conflito. Até os norte-americanos, maiores aliados de Israel, decidiram parar com o envio de armas àquele país, temendo a provável matança dos confinados em Rafah.É um ato político (porque Israel já tem armas suficientes para a agressão final) mas o pequeno enclave ocidental no Oriente Médio não pode ignorá-lo. Ou pode pagar para ver, fazendo tremer os alicerces de sua própria existência.
Todos conhecem o truco, jogo criado, creio, no próprio Brasil, em que tudo – especialmente trair e mentir para seus adversários – faz parte da regra. Não gosto dessa brincadeira, mas sei que, no final, os vencedores é que comemoram. Pelo menos é o que acontece nesse tipo de folguedo que não envolve vidas humanas – embora, muitas vezes, provoque brigas generalizadas.
O conflito de Gaza lembra o truco. Não é nada leal, todo mundo mente o tempo todo, mas terminará com um perdedor, que, é claro, virá com todas as suas falácias para a revanche. Possíveis acordos, como tenho escrito, são histórias para boi dormir. Os inimigos de Israel, como território, jamais deixarão a “terra prometida” viver em paz. E Israel não deixará de acossá-los porque conduz uma guerra de vingança pelos já quase esquecidos ataques inaceitáveis de 7 de outubro do ano passado.
Esse é o resumo do dia de hoje. Há um monte de notícias colaterais, mas nada que realmente importe. E assim tem sido.
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