Perdido em Israel - Trecho 150


5 de maio de 2024

Eis uma guerra sem senso ou noção. Por exemplo: sempre que a disparidade militar é enorme, o país mais forte subjuga o mais fraco. Há poucas exceções. A mais notável foi a derrota dos norte-americanos para os norte-vietnamitas, um confronto entre países separados por um mundo de distância e forte oposição interna dentro da América. O povo não queria aquilo e estava cansado de ver convocados seus filhos, netos e irmãos. Acabou como acabou.
Israel organizou uma guerra cheia de razão numa guerra cheia de dedos, na qual já foi derrotada pela opinião pública, por suas decisões erráticas. É claro que hoje. o primeiro-ministro Netanyahu não aceitou devolver o território de Gaza, exigência do Hamás para voltar a falar sobre reféns.
Negociações sem qualquer sentido nem deveriam acontecer, como os fatos vêm provando. Que jogo é esse? Hoje, para sublinhar sua força para resistir, o Hamás mandou um míssil e matou três soldados e feriu outros sete. O projétil foi arremessado desde a entrincheirada cidade de Rafah, como a anunciar que muitos outros aguardam o inevitável ataque de Israel. Tão inevitável que já parece balela, porque nunca vem ou nunca virá – e, nesse caso, a saída é a negociação, outra inviabilidade da qual já falei nesse mesmo texto.
De meu posto de observação, há 55 anos e a 10 mil quilômetros dos eventos tudo o que se vê hoje é uma bobagem non-sense (sem sentido). As saídas são horrorosas: ou Israel devolve o que tomou da Faixa de Gaza e sai com o rabo entre as pernas, inapelavelmente derrotado ou ataca o Rafah e acaba com o Hamás, que, como uma lagartixa, sobreviverá, em outras partes, para novo ataque devastador. Se algum dos meus leitores achar uma terceira alternativa, por favor me escreva ou dê uma dica.


 

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