Perdido em Israel - Trecho 147
Um querido amigo que tenho e vive na Patagônia chilena reclama (ou nota apenas) que não vê ou lê praticamente nada sobre o conflito de Gaza. De fato, em muitos lugares, a guerra virou nota de pé de página ou sumiu. Fala-se das invasões de universidades nos Estados Unidos, mas sobre a guerra, em si, nada. De fato muitos editores deixaram de aceitar as notícias ambíguas e francamente mentirosas que de lá emanam.
Há outra coisa: apesar de seu potencial explosivo no Oriente Médio, trata-se de uma guerra pequena se comparada à da Ucrânia e de outras tantas na África.
Em minha missão, sigo labutando para colocar meus leitores a par do que os jornais de Israel, da Palestina e de outros países árabes destacam todos os dias. Aliás, hoje o governo de Israel decidiu fechar a filial da Al Jazeera no país, por considerar suas notícias demasiadamente comprometidas com o Hamás. A censura, em toda aquela arenosa parte do planeta, continua a prosperar.
Entre os fatos que mais importavam para hoje, aguardava-se, por mais um dia, a resposta do Hamás à oferta de trégua tida como generosa (33 israelenses por mais de mil palestinos encarcerados em Israel). Tudo indica que a resposta não virá. É, ao que parece, apenas mais um movimento protelatório, talvez para que a opinião pública anti-israelense siga crescendo.
Israel, de sua parte, continua mostrando sinais de que não sabe o que vai fazer – ou já teria feito. O governo de Netanyahu está dividido e pressionado. Ou sai e entrega Gaza de volta aos seus habitantes (parte deles agressores assassinos, estupradores e responsáveis pela matança de 7 de outubro) ou acaba com tudo, sacrificando muito, inclusive reféns. Hoje, o kibutz Be’éri anunciou que um de seus trabalhadores, o aclamado queijeiro Dror Or, levado para Gaza, está morto. Um a menos na conta de quem espera a liberdade dos reféns. Alguém saberá quantos ainda vivem e em que condições?
Na bela e longínqua Patagônia ninguém ouvirá uma palavra a esse respeito.
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