Perdido em Israel - Trecho 145

 



O Hamás prometeu para amanhã a resposta sobre o que estão chamado “generosíssima proposta” de troca de 33 reféns por mais de mil encarcerados palestinos. A questão está se tornando uma crise política grave no gabinete do primeiro-ministro de Israel. Diverso ministros que, acreditem, são ainda mais à direita do que Netanyahu, anunciaram que vão entregar seus cargos se a “generosíssima troca” ocorrer. Crê, esse grupo, de que o possível acordo é um sinal de fraqueza de seu próprio país – no que concordam os judeus israelenses ultra ortodoxos.
Essa gente quer mesmo uma impiedosa invasão à ratoeira de Rafah, para dar fim (momentâneo, é claro) ao confronto.
Na minha visão, as alternativas postas na mesa são, ambas, exdrúxulas, mas sei que muitos de meus leitores haverão de discordar. Ainda agora há pouco, três horas depois dos primeiros parágrafos desse texto, uma pesquisa (dita séria) anunciou que mais de 50% dos israelenses querem que Netanyahu renuncie imediatamente. Já.
O caudilho da Terra Santa vê-se acuado de todos os lados e, como sempre, adotará alguma medida intempestiva e midiática. Também hoje informou que, apesar da trégua (se ela vier) Israel não vai renunciar ao ataque em Rafah, que ocorrerá em breve – talvez para agradar os mais conservadores que ele, agora quase em pé-de-guerra.
O respeitado escritor e professor israelense Yuval Harari já afiançou que Israel perdeu a guerra há um bom tempo, dado ao recrudescimento do antissemitismo no planeta. A Universidade de Columbia ocupada hoje por estudantes palestinos que a invadiram com violência é bom exemplo disso. Agora afirmou que nunca mais haverá o estado judaico pretensamente erguido por idealismo. “Tudo vai mudar em Israel: o cotidiano, as relações e o modo do povo pensar. Preparem-se para um novo ritmo tocando a vida das pessoas”.


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