Perdido em Israel - Trecho 139

 


Cada dia mais, envergonho-me das opiniões ideologizadas. Fulano não gosta dos Estados Unidos da América e, portanto, é pró- Palestina. Sicrano, seja de onde for, clama por um cessar-fogo tardio, de possibilidades inexistentes, desde que morram todos os palestinos e é, claro, pró-Israel.
O que vejo (e talvez veja mal) é uma guerra sem ideologias. Quem aprova um país tirânico, dominado por um grupo de terroristas, onde homossexuais são jogados do últimos andar de um prédio qualquer, mulheres são seres inferiores e rastejantes, não é de esquerda. Quem aprova um déspota como Netanyahu, não é, tampouco de direita.
O que vale nessa guerra é a ausência total de princípios e ética, multiplicada entre pessoas néscias – e quanto mais desprovidas de conhecimento, mais radicais. Para um lado e para o outro. Segundo os números recentemente rebaixados por autoridade de Gaza, 24 mil pessoas já teriam sucumbido nos 200 dias que hoje se completam desde o ataque devastador do Hamás à Israel. Uma tragédia que numericamente significa pouco. 99% dos palestinos (dos bons e dos ruins) permanecem vivos. Se a conta for feita por autoridades de Israel, a proporção de atingidos é ainda menor.
Mas o fato é que, a fraquíssima inteligência de Israel (antes seu ponto forte) parece não ter ideia do que está ocorrendo. O norte da Faixa de Gaza, que parecia arruinado, hoje produz mais ataques do que há alguns meses. De onde vem essa gente? Essa declaração é confirmada por comandantes do IDF, atônitos.
Fico com a triste impressão de que, assim, não vai acabar nunca. Ou existem mais vinte andares subterrâneos de onde brotam terroristas impiedosos ou está em andamento um célere processo de clonagem que produz mais e mais gente disposta a jogar o país intruso no mar.
A melhor das hipóteses é a de que estejamos vivenciando uma guerra liderada por assassinos e bestalhões – como os que repetem seus argumentos ao jeito dos papagaios.

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