Perdido em Israel - Trecho 137
Garantido, por enquanto: não vai faltar dinheiro para o que resta do conflito. A Casa Branca liberou um pacotão de ajuda financeira para ucranianos, israelenses e outros aliados que alcança 95 bilhões de dólares. Dezessete bilhões dos quais vão direto para os cofres de Netanyahu, que, por ser quem é, pode usá-los muito mal. Na curta história de Israel, existiram líderes mais sérios na gestão das finanças.
A torcida mundial é para que o Bolsonaro de solidéu não use esta provisória abastança para voltar a atingir o Irã ou com o fim de articular-se para uma nova reeleição, que as pesquisas consideram improvável. Uma de minhas amigas israelenses – visceral oponente do atual primeiro-ministro – segue com medo.“Se jogarem esse cara do nono andar de um prédio, ele sai andando pela calçada”, ilustrou.
Não sei (ninguém sabe) o montante de dinheiro que o Hamás recebe de seus financiadores. E julgo que tanto faz, porque o tal grupelho do ódio vai continuar provocando estragos pela eternidade, seja de onde for.
Como sempre, mesmo no Shabat, que é (ou foi) um dia de folga total e obrigatória, a artilharia israelense bombardeou áreas do Hezbolá no Líbano, provocando – segunda a aritmética esdrúxula das guerras – mais quatro mortes.
Talvez porque hoje seja um lindo dia de outono no meu refúgio brasileiro, com um céu azul bem frio e calor moderado nas áreas desprovidas de sombra, essa informação sobre mais quatro pessoas que deixaram de existir, me soe banal. Na verdade, penso que banal seja viver no meio de uma humanidade sempre e repetidamente descontrolada.
Ousemos pensar, insensatamente, que todos os conflitos do mundo sejam eliminados. É evidente que disso não resultará um planeta pacífico, apenas um tempo maior para conspirações e conluios, visto que o homem não gosta de seus pares e briga até com quem pratica a mesma fé, a mesma ideologia e tem hábitos similares.
Espero que os 17 bilhões de dólares que Israel ganhou de mão beijada não façam a menor falta a quem os doou. Porque quem recebeu não vai usá-los em vão.
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