19 de abril de 2024
Pronto: a brincadeira continua. Israel aproveitou a noite para lançar mísseis e drones no Irã. Projéteis esparsos, dizem, que visariam instalações nucleares na cidade de Isfahan e não provocaram (ao que se diz), qualquer tipo de estrago. Os iranianos riram do ataque, como os israelenses riram, há alguns dias, do ataque iraniano que também não deu em nada.
Das duas, uma: ou nenhuma das duas nações sabe mais como atingir alvos reais, ou o tal ataque efêmero foi a resposta prometida por Israel e tudo termina por aí. Os aiatolás, agora, não prometem novos ataques. Israel pode celebrar que revidou, sem incomodar ninguém.
É uma guerra de blefes que chega a soar cômica. Que assim seja, se de fato, for. Amanhã tudo poderá ser diferente, mas, por enquanto (a essa hora, oito no horário israelense) o assunto parece estar encerrado.
Os olhos seguem postos em Rafah, na faixa de Gaza. E, não à toa, crescem as manifestações de familiares e amigos dos reféns, que já não sabe quantos são. Vi, há pouco, um vídeo pungente em que pais, filhos e demais parentes dos sequestrados, com seus cartazes já lacerados por tanto uso, clamam pelo retorno dos levados em 7 de outubro de 2023. Pungente, sim, porque as pessoas mostravam fotos de sua gente e choravam por ela, numa reação que tanto pode significar esperança quanto luto.
O que me veio à cabeça é, se, mais de seis meses depois do início de tudo, as pessoas já renunciaram à espera e aceitaram as perdas. Acho que o fim de qualquer tipo de vida dói para sempre entre seus entes queridos, mas é compreensível, diante dos fatos que centenas de famílias já tenham carpido seus ausentes.
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