Perdido em Israel - trecho 132
As pessoas devem saber muito mais do que eu. A palavra “escalada”, que tem o sentido de subir para alcançar o cume, é o tema do dia. Se, na minha visão inocente, o ataque iraniano atingiu seu propósito de não conseguir coisa alguma – exceto um realinhamento de certas forças regionais, como a Arábia Saudita e a Jordânia, agora mais duras e incisivas contra a terra dos aiatolás, o caso deveria estar encerrado e esquecido.
Mas tudo o que se ouve é que, mesmo sem apoio norte-americano, Israel vai revidar com força desproporcional, provocando pânico nos mercados financeiros e calando os governos dos países mais ricos. De minha ignorância pergunto: revidar a quê, se aquelas luzinhas foram todas apagadas sobre o céu da terra santa, como se alguém soprasse velas de aniversário?
Jornalistas sectários dizem que a crise com o Irã é só uma forma que os israelenses estão ustilizando para desviar a atenção do “genocídio” que seguem promovendo contra o Hamás. Outros, igualmente ideologizados, torcem para que a fabulosa armada iraniana entre de vez no conflito e salve o que sobrou do Hamás em Gaza. Estou, confesso, muito perdido nesse momento. A ideia é resolver ou “escalar”? E de que adiantará chegar ao cume da montanha que for, se não houver nada mais a ser visto na planície ao redor?
Tenho repetido, nessa estranha e distante correspondência de guerra diária, que não há fim para essa guerra. Os grupos que querem a extinção do estado de Israel, seguirão em busca desse objetivo de um jeito ou de outro. A turma de Netanyahu seguirá exibindo seus músculos, expondo seus pares étnicos às forças crescentes do antissemitismo – onde quer que elas estejam. Não há nem haverá moderação. É tudo uma anedota macabra.
De um lado os escaladores, de outro os que mergulham nas entranhas da terra. Gente excêntrica, eu diria: no pior sentido do termo.
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