Perdido em Israel - Trecho 129




Prometi e vou cumprir: a partir de hoje, você, que tem sido paciente comigo, vai acompanhar notícias e análises diárias, uma vez que, após seis meses de batalhas, as notícias rarearam: impuseram-se as versões, os boatos e as mentiras deslavadas de ambas as partes. Ou, por outra: a guerra em Gaza institucionalizou-se como as milícias do Rio de Janeiro.

A expectativa, hoje, está muito distante de Rafah, ds reféns e de tudo que já devia ter acabado, se houvesse qualquer tipo de negociação bem intencionada. A questão, agora, é o Irã. A resposta, a revanche, a retaliação, prometidas desde 1 de abril, quando um bombardeio israelense matou um líder iraniano em instalações diplomáticas de Teerã na cidade de Damasco.
Está jurada. A depender da intensidade e do caos subsequente, teme-se que – como tenho dito desde o início – o conflito ganhe proporções mundiais. Pode ocorrer a qualquer momento. Rumores, esses malditos, dizem que é fato iminente. Nos dez dias subsequentes ao ataque em Damasco, o Irã tem conversado com outras potências do Oriente Médio, para sentir a temperatura e a quantidade de força que vai usar, seus apoios e restrições.
Analistas de ambos os lados especulam que o ataque pode ser pequeno, passando, com isso, a responsabilidade para Israel, a depender da violência de sua reação. Dizem os boatos, esses malditos, que a resposta poderia ser um ataque à Eilat ou ao aeroporto de Haifa. Muitos temem que o evento seja muito pior e mais mortífero, obrigando (ai, meu Deus) à intromissão de grandes potências, de resultado imprevisível.
Há medo em Israel – confirmam minhas fontes – mas há, também um certo patriotismo exacerbado. Já contei, antes, que, o Irã tem uma quantidade muito maior de armas e aviões do que Israel. Que, no entanto, deve andar lubrificando seu arsenal nuclear.
De ambas as partes, falta, apenas, um tiquinho de bom-senso, artigo indisponível na região há muitas décadas. Volto a qualquer momento, em publicação extraordinária.

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