Perdido em Israel - trecho 127

 



Você é elefante ou girafa?


Sou de esquerda, é preciso que eu confesse. Adoro a ideia de um mundo mais justo e equilibrado. Não sou, contudo, militante da causa – ainda mais quando percebo que meus companheiros não têm a menor ideia do que é ser ultraliberal ou ser ultrarromântico.
Israel é pró direita. Opção de seu povo, que, quanto mais avança em seus princípios conservadores, mais ajuda a semear o antissemitismo, como um todo.
Em todo caso, falar sobre direita e esquerda num mundo cada vez mais puritano (que inclui quem quer e exclui quem deseja, baseado em suas próprias ideossincrasias) me parece tão sem sentido quanto discutir o futuro dos elefantes.
Os simpáticos paquidermes fazem parte – ainda bem! – do universo puritano. Antes brutalmente atacados por caçadores de marfim e de emoções assassinas, hoje eles têm leis, grupos e ONGs que os protegem. Ocorre que, sem predadores, os mamíferos proboscídeos elefantídeos, vão dominar o mundo. É pura matemática.
Eles se reproduzem, estão justamente protegidos, mas cada um deles destrói, para alimentar-se, grandes áreas de savanas e florestas na África a cada dia. Destroem é a palavra. Com o tamanho que têm, avançam, derrubam árvores e tudo o mais o que houver pelo caminho. Centenas de quilômetros quadrados todos os dias (números aleatórios, apenas para ilustrar)
As girafas, que não têm um lobby tão forte a protegê-las, encontram cada dia menos o que comer – e, por qualquer conta, já se sabe que vão diminuir até a extinção. Sem falar em outros animais que não são esquerda, direita ou puritanos – e por isso nem chamam a atenção.
É evidente que com menor participação humana, a própria natureza resolveria tais problemas. Ouso dizer que homens ditos conscientes, que militam em causas ambientais, atrapalham muito mais do que ajudam.

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