Perdido em Israel - Trecho 125

 


Aloysius e Lula (parte 2)

A direita brasileira o considera um celerado, de imensa fortuna. Ela até foi preso por vagas e inconclusivas acusações ligadas ao tema.
Se for esse o caso, talvez ele tenha aceitado uma mansão em Dubai para viver seu não muito longo futuro, já que a saúde já não é a mesma de antes. É uma hipótese, que seus inimigos aventam, mas me soa improvável. O projeto de Lula não é, a meu ver, seu enriquecimento pessoal, mas o de deixar uma marca na História. Não nego que possa estar redondamente enganado nesta hipótese e, de fato, não faltam indícios de que ele ajuda amigos próximos, como os donos do maior frigorífico do mundo ou, mesmo, a família Odebrecht, que apesar de andar sumida do noticiário, segue rica, próspera e investindo.
Sei de radicais que gostariam de vê-lo pendurado num poste na Praça dos Três Poderes e conheço ótimas pessoas que o consideram uma espécie de salvador da pátria.
Deve mesmo ser difícil ter um cargo desse tamanho, no qual o líder do país está, sempre, sujeito a erros e acertos a todo o tempo.
O antigo catador de caranguejos na cidade litorânea do Guarujá, que perdeu um dedo esmagado por um torno na indústria de parafusos Marte, voltou a se meter numa situação que requeria isenção. Manifestou à Corte Internacional de Haia, seu apoio irrestrito ao movimento iniciado pela África do Sul, que oficializa Israel como nação genocida.
Os 110 mil judeus que vivem no Brasil viram, nessa bravata, mais um ato hostil a fomentar o antes quase inexistente antissemitismo no Brasil. Sentiram-se, evidentemente, como cidadãos de segunda categoria – o que dá sequência a uma longa lista de perseguições históricas que, quem leu ao menos um livro histórico sobre o assunto, entende na hora.
Mas Lula não lê. Na busca por um lugar de grande pacificador na história internacional, resolve escolher um lado. Sob influência, de gente pouco ilustrada, diz o que quer
Para melhor compreensão: numa guerra muito maior, entre Rússia e Ucrânia, ele não meteu o bedelho. Se tomasse o lado da Rússia, acusando a Ucrânia de genocida, poria em risco a segunda maior população eslava emigrada do Brasil.

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