Perdido em Israel - Trecho 124
Já lhes falei antes sobre o “companheiro Lula”, as cervejas e cachaças que bebemos, juntos, no bar do Zé Buça, na Record dos anos 70 e o bom-humor à época. Hoje um presidente da República de idade avançada, não há nada que mais o agrada dizer de que logrou ser o primeiro operário a ocupar essa posição – o que, aliás, está o fazendo pela terceira vez.
É da democracia e eu mesmo votei em Lula contra adversários tirânicos, dispostos a romper a ordem constitucional. Nos últimos tempos, Lula mudou seu círculo de companheiros e, como figura bem-quista no noticiário mundial, sempre compareceu a encontros exibindo uma autoridade que, de fato, é mais folclórica do que real.Tornou-se um líder de ambições messiânicas, que se diz pronto para resolver a questão do aquecimento global, a mediar conflitos em diversas partes e a assinar um bizarro tratado de não-proliferação de armas nucleares com o Irã. Ajuda países pobres (desde que tenham orientação política de esquerda) e – é preciso dizer – tem sido fundamental para a melhoria de qualidade de vida no Nordeste (sua terra natal), hoje com mais água, cisternas, irrigação e outras comodidades básicas.
Nunca se soube que tenha lido um livro sequer, mas baseia-se nos próprios instintos e nas opiniões de acólitos para ingressar em causas sobre as quais não tem informação, nem mesmo humana, histórica ou social – e, ao que se saiba, sequer interesse econômico claro.
Já informei, capítulos atrás, que o moço que veio de Garanhuns, no Pernambuco tomou o partido dos palestinos no conflito de Gaza. Há quem pergunte, com imparcialidade, o porquê dessa escolha. Gaza, a Palestina e grande parte dos países árabes não tem nada em comum com valores de esquerda. Israel é, também, um país de direita, mas com princípios de esquerda e direitos humanos incontestáveis.
Então, não: a razão da escolha de Lula não tem origem política.
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