Perdido em Israel - Trecho 118
A invasão da Praça dos Três Poderes, a depredação das sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário foi, para ele um golpe muito mais forte do que o mega atentado que matou mais de 1200 pessoas indefesas num dia de outubro passado e levou centenas de cidadãos israelenses a um cativeiro ao qual, talvez, ainda resistam.
Lula esquivou-se da chance de tornar-se um homem digno ao reagir contra o ataque do Hamás e, pouco mais tarde, aliar-se ao sofrimento do povo que iria receber uma forte retaliação, como qualquer seguidor de Tom e Jerry sabia há anos.
No Brasil, como não houve mortos no dia do golpe, Lula preferiu processá-los, acossá-los e prendê-los como manda nossa legislação. Tudo indica que isso ainda vai mais longe, conforme as oitivas e investigações avançam.
É um enrosco de vulto e parece vir sendo tratado como tal.
Mas eis que Lula põe todo o resto em segundo plano e, como um rato que ruge, tenta ser protagonista de um conflito que – de forma correta ou inadequada – é mais do que justificável.
Ao lado do primeiro ministro etíope Abiy Ahmed Ali, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2023 “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e sua luta para promover os direitos humanos e liberdade para todos”, criou embaraços dizendo o que disse. Taxou o ataque a Gaza como “igual ao Holocausto”, provando sua ausência de conhecimentos gerais.
É inequívoco que Lula gostaria de ter, para culminar sua carreira, um prêmio dessa relevância (ainda que às vezes polêmico em suas escolhas), para consagrá-lo como “o maior brasileiro de todos os tempos” (embora sempre atrás de Pelé e Tom Jobim).
Nesse momento de especial insânia, não é duvidável que Lula tenha perguntado a Ahmed Aly como se faz para ganhar uma honraria desse tamanho. Aly, que mudou de lado e hoje é um perseguidor de suas minorias nacionais, deve ter dito:
- Assim mesmo, Lula.
O assunto virou manchete mundial, Netanyahu disse que Lula ultrapassou uma suposta linha vermelha e chamou de volta sem embaixador.
Agindo arrogantemente como um rato-que-ruge, o presidente de um país lindo, distante e multiétnico pode não ganhar seu Oscar. Exceto se houver a categoria "Vexame Mundial".
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