Perdido em israel - Trecho 113






"Pode vir quente que eu estou fervendo"


Início do quarto mês do conflito de Gaza. Algumas notícias, confirmadas na última hora, anunciam que mais um drone israelense dirigido ao Líbano matou Wassan al-Tawil, a maior autoridade do Hezbolá assassinada até agora.
Impossível não supor que o governo Netanyahu está ultrapassando todos os limites no sentido de chamar a enorme milícia xiita patrocinada pelo Irã para uma grande invasão a partir das fronteiras do Líbano. Será, com certeza, outra guerra, talvez ainda mais letal do que a que vem ocorrendo desde 7/10.
O que se passará na cabeça de nosso Bolsonaro de solidéu? É hora de manifestar força desproporcional? Será tempo de bravatas do tipo “pode vir quente que eu estou fervendo”.
Faz frio nas montanhas do Líbano e no norte de Israel. Um frio sepulcral, que já esvaziou cidades e vilarejos de ambos os lados. Estará Netanyahu querendo impedir que um pobre país desgovernado (a cuja beleza geográfica não me canso de referir), seja totalmente engolido pela milícia xiita que já domina boa parte do território?
Estará o errante primeiro-ministro de Israel querendo criar uma completa sucursal do Irã em sua fronteira norte?
Olhando de qualquer ponto de vista, daqui, tão longe e tão imerso no jogo de xadrez geopolítico da região, não vejo qualquer sentido senão o de inflamar ânimos e fomentar uma brutal reação.
Al-Tawil foi mais uma vítima de um drone de pontaria calibrada. A maior delas, por enquanto. Avento a hipótese – sem qualquer convicção – de que, talvez a liderança israelense esteja tentando estimular um confronto entre xiitas e sunitas, aliando-se, nesse caso, à mais ocidental e rica Arábia Saudita – cujos reis e príncipes também não hesitam em decapitar seus oposicionistas e em envenenar inimigos, inclusive no Exterior.

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