Perdido em Israel - Trecho 109

Outros 144 tiveram ferimentos (sempre atento com a inexata aritmética das guerras...). Soleimani, que foi um líder incitador da máxima violência é um herói para os iranianos.







O país inteiro explodiu em ódio com esse ataque inexplicável e, visto que ninguém assumiu a autoria do atentado, os olhos estão voltados ao alvo de sempre: as chamadas “forças sionistas”.

O aitolá Khamenei já informou a seu povo que os responsáveis pela tragédia na próspera cidade de Kerman serão pegos e punidos “de forma dura”.
É pouco provável que Israel tivesse qualquer interesse na tragédia de Kerman, porque tal ato equivaleria a cutucar um ninho de maribondos.
De toda maneira, os fatos desta quarta-feira atingiram o Líbano, terra do Hezbolá e o Irã, que é seu principal financiador. Há multidões, nos dois países, devidamente motivadas e mobilizadas para – como teme minha amiga Iris – invadir Israel pelo Norte, levando o conflito à novas dimensões.
Pode não ser o certo ou o indicado a fazer diante da instabilidade política de todo o Oriente Médio.
Mas quem foi que disse que os termos “certo” e “indicado” aplicam-se à cultura local?
Acho que, como Iris, vou passar a noite aterrorizado, sem paz para conciliar o sono.

Foi o califado!

Ufa! Não foi atentado! Foi fogo amigo! Mas amigo de quem?
As 84 pessoas que morreram nas homenagens à Qassem Soleimani, na cidade de Kerman no Irã e os 284 feridos (vejam a disparidade dos números entre ontem e hoje) tiveram autoria reivindicada oficialmente pelo Estado Isl âmico, desviando os olhos do aiatolá Khamenei, já ansiosos por vingança, de Israel.
Antes de entrar nos detalhes, volto a ficar estarrecido com as divisões internas do Oriente Médio. Dá-me a impressão de que todos, democraticamente, acreditam em soluções diferentes e formas distintas de Deus.
E ocorre que, para desgraça geral, eles não vivem em nações democráticas, mas sob líderes medievais que resolvem suas querelas usando adagas, lanças e, pior...bombas.

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