Perdido em israel - Trecho 108




A insônia de uma amiga.

Hoje falei com uma velha amiga que escolheu morar em Israel em 1976, ali fez família, exército e a própria vida. Iris – é o seu nome - resumiu a situação do país (ela vive em Tel Aviv) com a frase: “Há três meses não consigo dormir, estamos todos atormentados”.
Tivemos uma longa e esclarecedora conversa que, aos poucos, vou contar nessas páginas. Iris está muito mais preocupada com o que pode ocorrer no norte do país do que com a Faixa de Gaza. Esquerdista, vegana e libertária ela – e muitos outros israelenses – temem que da porção setentrional do país virá o grande e violento ataque deste conflito.
Eu mesmo disse que isso poderia acontecer, mas dependia de um “polegar para cima” do aiatolá Khamenei, autorizando o fortíssimo Hezbolá a mergulhar Israel adentro e, com isso, entrando ele mesmo, o Irã, na guerra. Julguei – com o martelo dos tolos – que isso não iria acontecer, porque significaria um outro patamar geopolítico no conflito, até agora local.
Sauditas, que não suportam o Irã (por questões religiosas e petrolíferas) possivelmente aproveitariam o ensejo para invadir o seu vizinho e o ataque de 7/10 finalmente cumpriria sua meta nada oculta de destruição total, ainda que por caminhos indiretos.
Pois, infelizmente, vêm do Norte as piores notícias do dia. Israel não hesitou em atacar, no Líbano, o fundador do Hamás (e um de seus principais líderes), Saleh Al-Arouf, íntimo aliado do Hezbolá e da antiga terra dos persas. Foi lenha na fogueira do ânimo do Hamás em Gaza e de grupos que têm a mesma crença.

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