Perdido em Israel - Trecho 104
Réveillon.
Termina o ano cristão de 2023. Para muçulmanos e judeus, as datas são outras. 1444 entre os islâmicos (até o dia 18 de julho de 2024) e 5784, desde setembro passado, no calendário hebraico. Nenhumanotícia relevante na faixa de Gaza, . O ódio segue intacto. Só calendários, agendas, folhinhas e jornais simulam um recomeço, mudando seus cabeçalhos.
Em alguns dias, os correspondentes de guerra retornarão a seus postos e a quantidade de notícias e análises voltará ao normal, exceto pela ausência de verdade que todas elas trarão – porque é isso o que acontece em todos os conflitos.
Quanto a mim, só espero que as bombas de sempre poupem a vida de meus cachorros – pobres inocentes sem guerra e sem paz.
Fatos relevantes no primeiro dia de 2024
Ufa! Meus cachorros sobreviveram. Houve menor explosão de fogos por aqui e, como os tais correspondentes de guerra não voltaram a seus postos em Gaza, não há menor chance de saber (pelas poucas fontes confiáveis) se também houve menos ruído em Gaza.
Mas é inegável que o ano começou com notícias e decisões bombásticas em Israel. O projeto de lei que dividiu Israel no ano passado, levando milhões de pessoas às ruas antes do ataque de outubro, foi simplesmente derrubado. Netanyahu queria, porque queria, dar a última palavra no poder judiciário, anulando decisões que o prejudicassem e outras que não seriam de seu gosto pessoal.
Em outras palavras, estava disposto a pôr fim na equidade dos poderes, colocando, sem dúvida, seu país no grupo de nações antidemocráticas.
“Aqui quem manda sou eu!,sugeria veemente. Quando digo que o Bolsonaro de solidéu é de extrema direita, isso não significa que o Hamás é de extrema esquerda. Que me perdoem os socialistas sem senso de noção, que julgam os palestinos a reencarnação de Lênin ou outra bobagem qualquer. Uma nação (ou nem isso) que discrimina mulheres, extermina homossexuais e não que discrimina mulheres, extermina homossexuais e não mostra qualquer tendência de buscar um mundo melhor pelos caminhos de uma sociedade igualitária é ainda mais repugnante do que um governo democrático com tendências tirânicas.
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