Perdido em israel - Trecho 95
Cinco minutos de whatsApp.
Repito minha opinião sobre reuniões sem interlocutores. Ontem divulguei que um suposto líder político do Hamas, Ismail Hanyeh foi ao Egitos para encontrar-se com Abbas Kamel, chefe do serviço secreto egípcio para rogar por uma nova trégua no conflito que se prolonga indefinidamente.Parecia ser um fato relevante, que teve até um aceno positivo do presidente de Israel, Isaac Herzog.
Até agora, quase trinta horas mais tarde não se ouviu nova informação a respeito. Nem positiva, nem negativa, nem alternativa.
Inimigos que conversam cara a cara decidem rapidamente, põem suas cartas na mesa ou as retiram e, é claro, sempre têm de consultar seus superiores para acertar o acordo com um aperto de mão.
Quando as exigências e concessões são discutidas com terceiros, na capital do Egito (que, aliás fica na África, um outro continente), os fatos, como mencionei, andam a passo de camelo entre o Cairo e Tel Aviv.
É uma crueldade que não se explica: combatentes continuam se atacando, gente segue morrendo, mísseis seguem sendo arremessados até que o camelo marche de um lado ao outro buscando o sim de autoridades em seus palácios.
Entendo que essa é a velocidade das guerras, ainda mais quando as mensagens transitavam a cavalo ou no bico de pombos-correio. Mas, hoje, para o bem e para o mal, há a internet e as comunicações são instantâneas. Não poderia o tal Hanyeh conversar por whatsapp (protegido pela criptografia de ponta a ponta) com o próprio Bibi Netanyahu?
- “Alô, aqui Hanyeh. Que tal outra trégua humanitária para trocarmos prisioneiros?
-“Ok, para quando?”
- “Pode ser para segunda-feira, dia 25, por uns dez dias?”
- “Pode: quantos dos seus por quantos dos nossos?”
- “Que tal três dos nossos para cada um dos seus como na trégua anterior?”
“Vamos baixar essa equação. Só dois por um!”
“Ah, tá bom!”
Pronto. Está feito. Hora de dar descanso aos camelos, de assessores acertarem detalhes e, enfim, em poucas linhas, resolver o assunto. Não seria perfeito? Simples, sem emoções: conversa de boteco.
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