Perdido em Israel - Trecho 91




Olhos nos olhos. 

Segue a guerra, local, mas nem tanto. O Hezbolá lançou um intenso ataque aéreo em Tel Aviv, onde as sirenes voltaram a tocar, prenunciando um ataque de possíveis consequências mais graves. As tentativas de uma nova trégua em Gaza não se concretizam. A navegação pelo Canal de Suez está interrompida pelos violentos ataques de guerrilheiros hutís, parceiros do Hamas no Iêmen.
Navios de cruzeiro e de carga são obrigados a navegar à moda antiga, descendo toda a costa da África e contornando o Cabo das Agulhas no sentido do Atlântico para, ao custo de muito dinheiro extra, atingir portos longínquos, onde a desventura será adicionada ao preço das mercadorias e impactará centenas de mercados.
O Egito está privado, por enquanto, dos lucros que lhe traz o canal. Em resumo: há cada dia mais prejudicados pela aparentemente pequena guerra de Gaza. Há de chegar um momento em que os prejuízos acumulados farão rugir os leões perturbados.
Lembro a vocês que não sou especialista em análise política ou econômica, mas é senso comum que se há uma briga na vizinhança que atrapalha seu acesso ao próprio portão e atinge sua paz, é tempo de reagir. Primeiro com diálogo (o que no caso de Israel e Gaza já não é mais possível), depois com a intervenção de autoridades pertinentes, que, hoje, são os inermes órgãos internacionais como a ONU. Mais tarde, há de se recorrer a ameaças, talvez ao auxílio da imprensa, que sempre terá assuntos maiores a tratar do que uma briga de vizinhos.
E se, ainda assim, não houver bom senso de parte a parte, o caminho será o da cizânia e da força. Em última instância, o da fuga e do exílio– como já disse páginas atrás, sobre uma das tristes soluções possíveis para o Hamas e para Israel.

Quem acompanha o noticiário todos os dias, como eu tenho feito, buscando jornais de diversas partes do mundo, que apoiam um lado ou outro neste conflito sem solução visível – e lembrem-se que eu leio até os sites que fomentam o ódio de parte a parte, que produzem peças indecentes e mentirosas, não para publicá-los, mas com a intenção de medir o calor da má-fé humana – nota algumas coisas.  


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