Perdido em Israel - Trecho 90
Da necessidade de estudar.
E exatamente por isso, têm medo de qualquer mudança. Para ser justo, não posso deixar de lembrar que nosso Lula de keffieh (lenço árabe) tomou, descaradamente a decisão de fazer do Brasil uma nação pró-palestina, levando ao Oriente Médio nossa ruptura nacional que, nas estatísticas de hoje, continuam percentualmente iguais às das eleições do ano passado.
Ninguém aprende, ninguém melhora nesse planeta tão rachado quanto as placas tectônicas sobre as quais existem.
De todo modo, diante do despreparo evidente (e inesperado) das ditas Forças de Defesa de Israel, eu ouso dar uma sugestão. A de que, imediatamente, Israel recolha metade das suas forças em Gaza e, sob orientação de mestres com mais sabedoria, as recicle e as ensine a miserável arte de guerrear com responsabilidade e um mínimo de dignidade. Ao longo de quase cinco mil anos de existência, o processo de ler, reler, aprender e reaprender fez parte da rotina do judaísmo de qualquer espécie ou matiz.
Não é nenhuma novidade, talvez um valor que está se perdendo gradualmente. Metade do efetivo de volta à escola nem fará falta num território já tão danificado. Não sei quanto tempo leva esse processo, mas os novos algoritmos e o bom-senso serão capazes de medi-lo. E no dia adequado, quando voltarem à luta soldados mental e tecnicamente modificados, que se traga a outra metade.
Enfim, o técnico não recuperou meu texto, que deve estar, agora, no céu ou no inferno dos raciocínios perdidos. Ouso pensar que as palavras reescritas podem ter dado origem a uma narrativa mais concisa.
Mas sigo esperando que o saci que vive em casa devolva meu relato anterior, que julgo mais quente e carregado de emoções, como devem ser os de um correspondente de guerra no meio de uma batalha e à mercê da alegre disputa entre pica-paus perfurando as árvores e papagaios buliçosos que sempre aparecem por aqui (e não em Gaza) quando o poente se aproxima.
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