Perdido em Israel - Trecho 75
O horror dos afogados
As notícias voltam a piorar, como se isso não fosse esperado. Nenhum sinal de rendição do grupo terrorista e nenhuma notícia de alívio por parte do governo de Israel. Hoje, o termo “apocalipse” voltou a ser usado em reportagem da CNN americana. Ainda que sem sinais de força, o braço armado do Hamás - a Al Aqsa – lançou oito mísseis sobre Tel-Aviv, todos eles interceptados pelo escudo invisível que destrói foguetes no ar, nunca sem antes fazer suas sirenes berrarem a plenos pulmões.Daqui, é fácil adivinhar que a vida segue anormal em cidades de Israel, ordens militares substituem o senso comum e a ansiedade (pode também chamá-la de medo), impede que as velhas rotinas, anteriores ao atentado de outubro, voltem ao normal. Amigos evitam amigos, pais evitam filhos, festas só para os que querem aproveitar muito antes do fim – tudo em nome da segurança. As pessoas trabalham de casa, mas, até nisso, a necessidade de esforço declinou, é tempo de guerra – o que prenuncia, no mínimo, tempos ruinosos para a economia da terra prometida.
Do lado de Gaza, a situação é claramente pior. Uma faixa de prédios em ruínas, de gente, pobre gente, baratas tontas indo de um lado para o outro, tentando escapar de quem vai lhe pisar ou exterminar.
De novo me pergunto por quê? Os terroristas que mataram milhares de pessoas inocentes, inclusive frequentadores de uma festa rave promovida por um cidadão brasileiro, não tinham ideia de que seria assim? Ou contavam com a adesão de outros que professam a mesma causa (from the river to the sea, do rio ao mar), sem qualquer seguidor de Abrão pelo caminho?
Eles eram maioria? Eram mais fortes? Ou contavam, apenas, com uma nação desesperada servindo de escudo para a retaliação, tão previsível quanto os movimentos de rotação da Terra?
Quase sempre – e a longa cronografia de conflitos que devastam a Humanidade nos repete – não é esperto agredir vizinhos mais fortes e equipados à socapa.
Então, repito: por quê?
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