Perdido em Israel - Trecho 69

Não me arrependo do tal poema, poesias são mesmo sobre homens, amores e angústias. As guerras são uma preferência dos povos, levam-nos à essência das coisas. Amantes que nunca tiveram coragem de amar levam adiante suas intenções românticas ou carnais, porque a perspectiva do fim torna tudo urgente. Pessoas que nunca tiveram qualquer afeto entre si, unem-se como irmãos em busca de seus propósitos, sejam eles quais forem.
Um dia, a guerra termina e, aí sim, a aritmética conta quantos contra quantos – a equação inútil segue desprezando dor, medo, coragem, loucura, erros e acertos. Mas os números vão para os compêndios e serão repetidas às crianças, novos guerreiros em gestação.
Muda a área e o foco, mas em algum lugar qualquer, grupos que têm ideias e crenças diferentes, voltam a matar uns aos outros.
Hoje, 27/11, completam-se cinquenta dias da guerra que está eletrizando o mundo. Há notícias de que trégua se estenderá por mais dois dias e a esperança de que a guerra termine.
Paz se alcança quando os envolvidos no conflito renunciam a suas convicções. Os israelenses, com o coração maculado pelo ataque injustificado de 7/10, não estão dispostos a deixar seus inimigos vivos, assim como os americanos organizaram guerras (muitas delas sem qualquer cabimento) até a morte do catalizador da Al Qaeda, Osama Bin Laden. O Hamás e as dezenas de milícias de pensamento semelhante, seguirão tentando exterminar a população israelense.

Não há liderança de parte-a-parte que mude essa realidade. Netanyahu perdeu o apoio de seu povo. E não há quem fale pelo Hamás. Vou seguir elocubrando e observando, até um final que possa merecer esse nome. 

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